quarta-feira, 8 de agosto de 2012

“AVENTURA”




Saíram para passear pelo pasto á fora cinco amigos: Eloy, Rener, Áureo, Líncon e Robson. Iam cavalgando, conversando, rindo e as vezes galopando. Queriam ver quem galopava mais. A medida que galopavam, mais vontade sentiam de correr. E assim foram observando tudo ao seu redor. Entretidos com o galopar, só notaram que estavam distante, quando Robson parou e perguntou: “Onde estamos? Que lugar é esse? E agora, como voltar para casa?” Todos pararam diante dessas perguntas. Coçaram a cabeça fizeram muxoxo e quase ao mesmo tempo disseram: “Ih...não trouxemos a bússola! Como nos orientar? Não sabemos onde estamos e nem para onde vamos! Se não sabemos o  caminho, o que fazer?
Eloy, o mais velho da turma e muito consciencioso disse muito seguro: “Vamos caminhar um pouco a procura de água e saciar a sede desses animais; vejam como estão bufando de cansaço e sede!” E foram puxando-os pelas rédeas... Logo encontraram uma árvore frondosa e uma sombra convidativa e lá se sentaram e os animais enfim puderam descansar... Depois Rener, de tanto pensar e repensar,como encontrar água exclamou: EURECA!!  Já sei como encontrar água. Vocês se lembram... um dia que o senhor Eduardo nos falou... Quando quiserem achar água no meio do mato, se por ventura se perderem; é só procurar encontrar embaúba... imbaúba... ah,sei lá... Vamos, eu sei o que é, não sei o nome certo, mas; eu sei que vou achar...tenho certeza!  Montaram em seus cavalos a procura de imbaúba e começaram cavalgar.   Depois de um longo tempo, Rener gritou: Ali... Veja!! As imbaúbas! Se há a dita cuja, logicamente há água! “Eta senhor Eduardo,o senhor estava certíssimo!!  É para lá que vamos e é pra já! Foram descendo a serra com muita dificuldade por ser íngreme e escorregadia.  Sorridentes gritaram: “HIP...HIP...HURRA! Os cavalos saciaram sua sede e eles, mergulharam nas águas que escorriam lentamente pelas pedras formando pequenos laguinhos convidativos... Pareciam crianças brincando e cantando: “água cristalinas, eu te amo!” Que delícia! Obrigado meu Deus! Saíram felizes por terem aprendido encontrar água no meio do mato. Não passaremos mais sede que bom ! Valeu!  Montaram em seus cavalos e recomeçaram a cavalgar. Cada um queria ser o melhor... “ Vamos ver quem corre mais? Quem chegar por último é mulher do padre!” Que horror, ninguém queria ser a mulher do padre; e correram pra valer...Até se cansarem...  Ao longe Áureo avistou uma casa,ou melhor, um casarão; no meio do mato e muitas árvores ao redor dela. Parecia sombria e abandonada. Tudo fazia crer nisso...  Logo... Áureo levantou o braço ( sinal de muito silêncio e muita cautela) tudo parou... silêncio total...
Desceram de seus cavalos e os levaram puxando as rédeas, pé ante pé... que desse para sondar melhor o ambiente. Puxaram de seus facões e começaram a cortar o mato que o impedia de chegar até ao casarão e para se protegerem.  Eloy, falou bem baixinho...  “Nossa, que casa sinistra!! Parece assombrada!” E perguntou a Rener: “Você tem coragem de entrar nesta casa?” Rener falou sussurrando: “Eu hem!Você tem Eloy?” Eloy mostrando ser forte mas, tilintando os dentes respondeu: “Ih, rapaz, estou criando coragem; um pouco ressabiado respondeu: “ Ah, já que estamos aqui na mesma barca, porque não, entrar e ver o que há dentro dela, só de curiosidade!!! 
Depois disse aos irmãos mais novos: “Líncon, Robson e Áureo. Fiquem aqui perto dos cavalos, qualquer coisa , faça sinal e viremos correndo.Tudo bem? Eu e o Rener, vamos entrar e ver o que existe nesta casa.”  Zangados responderam: “ Não... Também queremos ir...Viemos juntos e juntos vamos tremer juntos!” 
oOs cincos tentaram arrombar os cadeados, tudo fizeram sem êxito nenhum... Eloy, o mais sensato e seguro de si, exclamou: “Ah, já sei o que fazer! Vamos amarrar os cavalos nos cadeados e eles puxarão ...vão fazer força que nós não temos,que tal!?”
E assim fizeram... Os cavalos puxaram várias vezes mas...sem resultado. Por fim desanimaram.  Logo Rener falou sussurrando nos ouvidos dos cavalos: “Vamos cavalinhos...força, só mais um pouquinho e pronto. Logo daremos um bom bocado de feno a vocês, tudo bem!?” Parece que entenderam e fizeram um esforço conseguindo abrir os cadeados que estavam inferrujadíssimos fazendo um barulho ensurdecedor. Parecia que havia mais de cem anos que a dita estava fechada. Parecia mais uma assombração e nós ficamos arrepiadíssimos!
Finalmente aberta... Entramos... Hum...que cheiro de enxofre! Começamos a espirrar constantemente... Mas, a curiosidade era maior que o medo. Começamos a vasculhar o espaço da casa, e a cada cômodo fazíamos o sinal da cruz. Nossa! Nossos dentes ritmavam de tanto que tremíamos. Pronto...Entramos em uma sala muito estranha... devido muito ferrugem nas paredes,no chão e no teto e o pior... roupas parecendo túnicas e botas já em composição. Um horror!
Líncon,disse espirrando: “Aqui, venham ver o que descobri!! Uma cadeira diferente! Olha, é engraçada!” Todos correram para ver a cadeira diferente. Sim... diferente porque, havia nela muitos fios elétricos, nos pés, nos braços, assento e no encosto dela. Seria uma cadeira... Não... não é possível!!  Meu Deus que lugar é esse!? Deu-nos calafrios até a espinha. Chegamos a ouvir nossos dentes tilintarem fazendo batucada. De repente...Líncon, parou por um momento...Depois...exclamou: “Aqui, olha que coisa estranha!! Um chapeuzinho de metal, redondo sem a aba e esta cheio de fios também.  Hum... isto esta me cheirando...uma ... uma arma mortífera! Uma cadeira elétrica?!
Por um momento, Rener olha para trás e não vê Robson e começa a gritar: “ Robson, cadê você? Onde você esta? Sem resultado... Saíram a procura dele. Depois de um bom tempo de procura, lá estava ele puxando um fio, que saía de dentro de uma cuia semelhante uma casca de tartaruga: quando acionada fazia um  barulhão intermitente. Entretido, brincava como uma criança não se importando com o perigo que assolava o ambiente, ficando no mesmo lugar como a um hipnotizado.
Áureo acabrunhado disse assim: “ Isso, só pode ser um aviso chegando em algum lugar quando se esta em apuros. Vamos sair daqui já e pé na tábua, aqui realmente não é nosso lugar!!! É uma casa de horrores!” Como a casa era imensa, demoraram para sair...
Passaram por um cômodo que chamou a atenção de todos. Uma mesa cheia de livros amarelados e as pontas todas consumidas pelo tempo e um tinteiro seco e grande ; uma pena de ave enorme dentro do tinteiro. Muitos esqueletos, roupas pelo chão e muito ferrugem... Um lugar muito macabro. Parece um massacre...afirmou Áureo. Vamos sair daqui já! Sebo nas pernas pra que lhe queremos!! Saíram voando até chegarem em seus cavalos. Correram tanto, que se cansaram e também seus animais.  Longe, bem longe dali, descansaram. Depois de um longo descanso; foram a procuro de água, seguindo o mesmo esquema. Observando sempre o caminho das imbaúbas, até chegarem lá... Que loucura! Que travessos! Mergulharam nas águas sem pestanejar...
Eloy, sempre atento a qualquer imprevisto, ouviu um ruído, semelhante a um animal faminto e disse á todos: “ Vamos descer dos cavalos e andar bem devagar... Psiu...Ouçam... Ali! O que viram foi de arrepiar os cabelos : Uma jaula enorme e muitos animais, em plena mata fechada: ( leão, tigre, pantera negra e outros...) Logo adiante, uma gaiola gigante cheia de pássaros de muitos tipos. Um cenário de  fazer dó .
Rener, um pouco assustado, bem baixinho falou:”Meu Deus! É tráfego de animais! A gente sai de um horror e cai em outro!” Novamente montaram em seus cavalos e sumiram pelo pasto a fora, arranhando-se e cansando os animais, que bufavam sem parar...

Depois... quando tudo parecia calmo ; algo se moveu em uma moita de capim. Novamente muito silêncio... Um estalido se fez ouvir, parecia quebra de galho seco. O que será? Vamos averiguar... Os cinco, bem de mansinho conseguiram ver de longe: um anãozinho escondido atrás da moita , certamente tremendo de medo. Coitado! Perguntaram: “Quem é você? Onde mora? O que faz aqui, sozinho no meio da mata? Claro! Não houve resposta...” Talvez não entendesse a nossa linguagem, ficando por isso mesmo, mudo e surdo. Só faltava mais essa!
E eu que pensei que “anão”só existisse em histórias de “Branca de Neve e os sete anões”. Que descoberta fantástica! Quando chegar na fazenda eu vou colocar a boca no trombone: Extra...Extra...Extra...! Anão existe mesmo! Eu vi com meus próprios olhos...! Robson engasgado sugeriu: “Deixem que ele se vá, depois seguiremos seus passos! E assim fizeram. Com muito sacrifício chegou a seu destino com passos dificultosos e embaraçosos, entrou em um buraco e lá permanecendo...
Robson quis entrar, mas não conseguiu; o buraco foi estreitando e ele voltou desanimado, por não saber nada dele. Preocupado disse:  “ amanhã voltaremos e aí...
Rener retrucou: “Deus me livre! Passar por tudo isso, outra vez? Não...não sem a
bússula é ponto final.
Enfim... já noite e muito custo, avistaram a fazenda de onde saíram A FAZENDA DO SENHOR EDUARDO. Lar doce lar... Custamos a te encontrar!
Cada um foi para sua casa e na lembrança um emaranhado que levará um bom tempo para sumir do mapa.
Mas... o feno, aos cavalos cada um se encarregou de presentear o seu .




Um comentário:

  1. Quando ainda criança muitas vezes ouvi uma historia parecidissima, tinha uns irmãos meio travessos, sabe, aprontavam muito lá em Correias... Estou certa? Beijo enorme e saudoso

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