quarta-feira, 14 de julho de 2010

“O MUNDO DOS PORQUES”

Porque que o tempo corre e não pára para que possamos pensar ?

Porquê o pensamento voa ,sem ter asas para voar ?

Porquê que a saudade machuca o coração sem armas para ferir ?

Porquê que a imaginação vai onde quer , como quer e quando quer , sem veículo para locomoção?

Porquê a distância nos separa , sem muralha para divisão ?

Porquê sua imagem está sempre próxima sem na verdade , longe você está ?

Porquê pronuncio o que não quero e o que quero ,dei de expressar ?

Porque não escrevo o que o coração dita ,e o que escrevo , é contrário ao meu desejo ?

Porque que o destino se cruza , apenas com o magnetismo de um olhar ?

Porque que a mente é tão fértil e não a usamos para o mundo transformar ?

Porque que o mundo é nossa casa e muitos vivem sem lar ?

Porque que a felicidade existe e poucos conseguem alcançar?

Porque que a morte chega ,e ninguém a vê chegar ?

Nos levando a um lugar ,onde nossos olhos terrenos, não são capazes de enxergar ?

Porque que os cientistas desvendam mistérios havendo sempre mistérios a desvendar?

Só existe um ser capaz de desvendar mistérios
 dos mistérios de nossas vidas , aqui neste planeta TERRA
 “ DEUS “ .
 Ele é a própria Ciência .
 Arquitetou TUDO e o colocou á nossa disposição .
 Para que possamos administrá-lo com sabedoria e muita disposição .

“ A garrincha e a lagarta “


A garrincha perseguia uma lagarta, que prazerosamente se fartava em comer uma folha de samambaia . Deu um pulinho, outro e deu uma bicada na pobrezinha ,mas , sem resultado . Tentou novamente , por sorte a lagarta caiu dentro de um vaso colorido , ficando camuflada por longo tempo ...
Muito aborrecida disse a se mesma : “o que fazer? Não tem importância , procurarei um bom petisco em outro lugar. A garrincha voou... voou e de repente , muito admirada , parou para observar uma linda e colorida borboleta ; que abria e fechava as asas , ostentando sua beleza sob um mormaço de sol da manhã que a beijava sem parar .
Disse a garrincha a borboleta :
-Como você é linda! Onde adquiriu tão rara beleza ?
A borboleta respondeu graciosamente :
-A mesma forma que você ! A nossa bondosa natureza se encarregou de nos modelar , de acordo com a nossa espécie , mão é mesmo ?- Ela continuou... -Ah, acho que nós já nos conhecemos , em outra ocasião , lembra-se?
A garrincha espantou-se dizendo:
-Perdão mas , não me lembro de tê-la conhecido ! A propósito, onde foi que nos conhecemos ?
A borboleta com um gesto expressivo disse:
-Não se lembra? Vejo que você não tem boa memória ! Tentarei aguçar sua memória : sou aquela lagarta que você perseguia ; queria fazer de mim , um bom petisco do dia
A garrincha não compreendia ... Pensou... pensou ... e de tanto pensar ,exclamou:
-Eu perseguia uma lagarta , certo ! ?
 A borboleta respondeu:
-Certo ! A garrincha continuou ... E você é uma exuberante borboleta ! E muito diferente
A borboleta delicadamente sorriu agradecida , e disse :
- Ah! Agora sou admirada ,não é ? Que ironia ! Eu apenas me transformei de lagarta a borboleta ,só isso ! Isso se chama metamorfose ...
A garrincha exclamou :
- Me...ta ...mor...for ...se ! O que é isso?
A borboleta respondeu:
-Não sabe o que é ? Não acredito !
A garrincha muito sem graça disse :
-Claro que não ! Se eu soubesse , não estaria aqui tentando entender esse mistério ! Como poderia adivinhar , que você se transformaria ? Olha , e que bela transformação! Você era horrorosa!É , não sou adivinha.
 Então, a modesta e educada borboleta falou baixinho ...
- A indiscrição é que nos faz mal educados .

Moral: Não se deve julgar pela aparência sra. Garrincha . Vai e não cometa mais essa gafe . “

“ SANTIGLÒ “

SANTIGLÒ , é um nome diferente, estranho para falar a verdade. Originou-se de três nomes: Sandra , Matilda e Glória . Daí o nome ...

Depois de muitas reuniões na Matriz do bairro onde morávamos , Benfica ; fomos convidados pelos padres de nossa comunidade , para melhorar nossos conhecimentos religiosos, em uma pequena cidade de Matias Barbosa. Fomos de ônibus cantarolando e muito felizes. Chegamos lá , encontramos outras pessoas , homens e mulheres e muitos jovens de diversas cidades de Minas Gerais. Fizemos muitos amigos .

Todos os dias levantávamos bem na matina e fazíamos uma espécie de relaxamento em volta do imenso pátio . Como era bom! Depois disso , ficávamos enclausurados ,durante alguns dias . Digo enclausurado, porque não podíamos comunicar com nossa família , após fechados os enormes portões de ferro . Nossa, que calor ...!Verão pesado e ficar trancado, dentro do salão , quase o dia inteiro, não é fácil . Não salão, recebíamos as informações da Bíblia e logo ,íamos para o pátio , discutir o que realmente aprendemos . Nos pequenos salões, juntamente com um dos coordenadores de grupo,colocávamos no caderno o que aprendemos da bíblia e aprendíamos as experiências de outras comunidades e colocá-las em prática . Gozado. Tínhamos hora pra tudo : para levantar, banho, café , da manhã e da tarde . Não podíamos esquecer de jeito nenhum , as sementinhas da Palavra que estavam sendo semeadas no grande salão . O café da manhã, era servido as seis horas, o almoço as doze horas ,o café da tarde as quatorze horas e o banho as dezesseis e o jantar saía mais o menos as dezessete horas . Eu me sentia um soldado, recebendo ordens de um sargento . Eram ordens e mais ordens. Uma voz se fazia ouvir ao longo do corredor ,após as vinte e duas horas : não quero ouvir risos ,cochichos e tão pouco ver luz acesas . São todos ouvidos ou querem que eu repita ?? Eu, inocentimente perguntei ao coordenador: senhor , posso deixar a luz acesa mais alguns minutos, para eu fazer minhas orações? Ele falou com uma voz de reprovação: posso saber por quê ? Eu constrangida e trêmula respondi: é que eu sou legionária e como tal , tenho que fazer a oração da catena e rezar o terço todos os dias . Com uma voz nada gradativa disse : você por acaso é freira ,uma noviça?? Eu trêmula respondi: não ,senhor , nem uma coisa nem outra . Ele depressa falou , não vejo motivo para tanta oração ... Apague a luz e silêncio total ! Mas , o sono não chegava e eu fiquei pensando em tudo que aprendi nesse dia . Havia dois compartimentos ,dois dormitórios , para homens e dois para mulheres ,separados por apenas uma enorme sala de estar . Tudo limpinho e aconchegante , para um bom sono .

No meu quarto havia três bi-camas ,uma ocupada por duas mocinhas de Barra- Mansa ,muito simpáticas,umas gracinhas. Outra ocupada por duas senhoras também muito simpáticas. A terceira , ocupada por mim e uma mocinha linda e da mesma cidade que eu e se chama Sandra . Logo apareceu a Tida , que ocupava o quarto ao lado do nosso . Juntas , formávamos o trio mais alegre de todos os grupos , na hora da recreação . Eu ocupava a parte de baixo da cama e a Sandra a de cima , por ser magrinha . Embora não poder nem sussurrar , até o sono chegar , eu usava apenas as mãos para comunicar com as pessoas que estavam no quarto . Eu peguei um dos cabides que estavam pendurados na nossa cama e comecei a desenhar . A Sandra, como era a mais nova do nosso quarto , eu a desenhei vestida de bailarina equilibrando nas pontinhas dos pés e outro no ar ,como estivesse dançando . A Matilda (Tida) eu a desenhei com os braços abertos ,rindo , ou melhor , dando gargalhadas, pois ela ria de tudo e tudo era motivo de risos (muito espalhafatosa) . E eu, anjoelhada rezando ,com o terço na ,diante de um crucifixo , dentro de uma igreja .

Logo em seguida ,uma voz entoou lá do enorme corredor ... silêncio, parem de cochichos. Vamos dormir !!! Isso porque a Tida ainda não tinha ido para o seu quarto e ela não sabia ficar com a boquinha fechada ... falava muito alto . O silêncio chegou e tomou conta de todo prédio . E assim aconteceu por vários dias . Pronto, chegou o final... Os portões finalmente abriram-se e cada um se despediu pesaroso por que ,talvez , nunca mais nos encontraríamos ...

Bem ... quando chegamos a rua da rodoviária , eu comentei muito triste : Sandra, Tida ;( também ela era de nosso bairro e cidade , íamos pegar o mesmo ônibus . Agora , após ter buscado conhecimentos religiosos, a nossa responsabilidade tornou-se maior e mais pesada . Eu já estava sentindo meus ombros pesados . Hum... e agora? O que faremos ? Temos que saber colocar tudo o que aprendemos em nossa comunidade em prática .Será que vamos conseguir? E agora ? que Deus nos ajude...

Olhei para trás e vi a nossa querida Sandra chorando e a Tida com o braço no seu ombro e isso me preocupou muito . Perguntei: o que foi Sandra, está chorando por quê ? Ela falou choramingando:

“sabe , eu não queria fazer essa experiência , não , eu afiz para agradar a minha mãe , eu não sabia que era tão pesada assim ... É muita responsabilidade !! E agora que farei? O que será de mim ? ... Acabou o meu sossego ,minha liberdade .

Saudade ... Saudade...Muitas saudades.

Matias Barbosa Airolg

Que maravilha

Fiz uma viagem e fiquei maravilhada . Cada cidade que passava era uma dúvida , uma novidade para mim . fez-me esquecer da luta de dona de casa .
Depois de quilômetros e mais quilômetros , o ônibus parava , para que as pessoas pudessem beber e comer alguma coisa logicamente descarregar suas necessidades fisiológica é natural .
Admirada , eu observava a paisagem ,sem esquecer os detalhes , que para mim ,é fundamental .
Fui descobrindo a mão de Deus na natureza ,bem de pertinho . O panorama era maravilhoso !
Eu sabia ,que Deus na sua infinita bondade , não me deixaria morrer ,sem conhecer ,pelo menos algumas de suas exóticas esculturas ,bem no fundo de uma gruta a cinquenta metros de profundidade que por sinal estavam exatamente situadas em uma das paradas do ônibus .
Quantas coisas maravilhosas pude ver ! Que exuberância ! É o segredo da natureza , que se revela a mim , de um modo tão prodigioso ! Suas mãos são maravilhosas senhor , e a sua sabedoria é imensurável !
Dê-me longa vida ,com saúde para que eu possa ,ainda , descobri-Lo nas esculturas da vida , que por ventura surpreende-me a cada momento .

Obrigada Senhor da VIDA ! *Escrevi quando fui a Curvelo .

“ A luta pela sobrevivência “

Eu observava atentamente , uma garotinha que brincava com algumas sementinhas de ameixa ,dentro de um potinho de manteiga , que ora jogava no chão , ora no potinho. Ficou assim por um bom tempo , no chão , espalhando semente por toda calçada . Ficaram expostas ao sol , durante algum tempo .
As sementes estouraram uma a uma , facilitando a saída de um bichinho da própria semente , que incomodado , com o calor de dentro da semente , em contato com o sol quis refrescar-se saindo do seu habitat . Coitado do bichinho ! Foi tão grande sua decepção . Ao tocar no cimento quente , muito mais quente que na semente , saiu rebolando pra lá e pra cá, de tanta dor , certamente da queimadura ...
Uma formiga ia passando calmamente , parou , olhou e ameaçou e não perdeu tempo , deu-lhe uma ferroada , fisgando-o . Coitadinho ! O bichinho gingava sem parar , tentando escapar de suas garras , mas nada ...
A formiga segurava-o fortemente , com seus aguçados ferrões , levando-o para dentro de seu formigueiro ,sumindo no seu imenso túnel após passar pelo um buraquinho no chão.
Coitado ! Que triste foi sua sina ! Virou um bom petisco para seus filhotinhos . Eu creio. È a luta pela sobrevivência.
*Essa historinha foi feita baseada num acontecimento aqui na minha casa ,com minha netinha Camila

“Um simples cachorro “

Um dia vinha eu entretida pela rua , com duas sacolas pesadas nas mãos quando..
De repente um carro passou voando : quer dizer , em alta velocidade e ... CRAU! O carro passou sobre o abdômen de um cachorro , que por ventura atravessava tranquilamente a rua . Fez um ruído semelhante a quebra de um galho seco . Coitadinho! Ele tentava com muita dificuldade se arrastar com a parte dianteira , mas, a traseira quase não se movia . Dava pena vê-lo agonizante , ele olhava para mim ... Parecia dizer :
-“ por favor, tire-me daqui “ !
 Fiquei atônita ! Larguei as sacolas na calçada e tentava arrastá-lo , mas debalde ,ele era muito pesado .
Um senhor ,ia passando perto respondeu com um muxoxo :
-Para que tanto cuidado e tristeza ; é um simples vira – lata !
Eu confesso que fiquei muitíssimo triste , não consegui erguer o meu astral naquele dia . Afinal , faz parte da natureza , a qual , é nossa amiga e nos quer muito bem .
E o cão , como todos sabem é o nosso melhor amigo .

“ A VINGANÇA”

 Tive um sonho muito esquisito . Tudo começou mais ou menos assim .
 Estavam juntos no meu quarto : o abajur e o despertador na mesma cômoda . Eles estavam incomodados ...
O abajur chorava sem parar . O despertador , incomodado perguntou :
-Porque está chorando companheiro ?
O abajur respondeu:
-Veja só meu amigo , trabalho de graça a noite inteira , para descansar de manhã , e já são nove horas e ninguém veio me desligar . Fico “aceso” de sentinela , velando o sono dessa “cambada “ a noite inteira -O abajur continuou - Quando minha lâmpada se “ queima” , eu digo comigo mesmo : ôba ! Pensando num pequeno descanso . Fico “ quente “ , muito quente . Se eu fico aceso a noite e o dia inteiro , minha lâmpada pode até se queimar ! E quando ela se “ queima amigo ; logo ,logo eles me trocam , deixando-me bem “aceso “ . Que droga! Não me deixam descansar !
O despertador , com peninha , quase chorando disparou .
-E eu companheiro , trabalho também de graça , o dia inteiro sem parar , como a um escravo ; e o pior , é que quando minha “ corda ‘ acaba , alguém vem e me dá corda , não me deixam tirar , nem de leve , uma “ pestana “ ! É mole? Pode isso?
Depois de um grande silêncio , o abajur perguntou ao despertador:
-Como você faz , para se vingar hem, companheiro ?
O despertador respondeu apressado :
-Bem ,,, eu de dia e as vezes a noite faço um barulhão no ouvido das pessoas . É mais ou menos assim... Tic- Tac . Ora assim : TRIM ... TRIM . E eles acordam assustados resmungando ,até franzir o nariz e a testa . AH! Como me divirto com isso ! É assim que me vingo dessa gente . E você amigo , como se vinga ?
O abajur respondeu desanimado :
-Eu amigo , não faço barulho como você mas, me vingo vendo eles arrancando os cabelos , de tanta raiva , quando me vêem todo sujo , “ crivadinho de pintinhas pretas que aqueles bichinhos nojentos “ os mosquitos ,deixam em mim .
O despertador disse franzindo a testa :
- E daí , quem sofre é você ? !
O abajur sorrindo respondeu :
-E daí que cada vez que eles me vêem assim ,sujo , eles têm que me limpar e o pior , é que eles , não só limpam , quanto se escabelam . Como falam besteiras ! Que horror ! Que nojeira ! Porque tem que existir bichos tão nojentos ! Que desaforo ! Eu morro de rir . Não é um bom motivo para se vingar? O que você acha ?
O despertador resmungou :
- HUM ... Tem razão , realmente é um bom motivo sim .
 Houve um silêncio... Depois uma gargalhada estrondosa . Os dois começaram a tremer . Finalmente um deles resolveu perguntar :
-Quem deu essa gargalhada?
Là dentro respondeu:
-Porquê não gostou ??
 Eles disseram num só tom :
- Claro, que gostamos , mas imaginamos quem é você ?
 A voz continuou:
- Hum... estou ouvindo a conversa de vocês , algum bom tempo ! Imagina , Que pensei que eu era a única a me vingar dessa gente ,mas , vejo que me enganei ,encontrei amigos corajosos ,como vocês . Que bom ! Eu sou a geladeira e estou cansada , como vocês de tolerar essa “cambada “ , trabalho de graça o dia inteiro e só recebo porta na cara. É por isso que me vingo mais ao menos assim , o dia inteirinho ... HUM ...HUM ... HUM ... È mole! RÀ... RÀ ... RÀ. Aguentar isso o dia inteiro e a noite toda ! ?
A gora somos os três a nos vingar . Juntos acordaremos essa raça toda . Como é bom incomodar ! Deixam a gente trabalhar de graça . Que ingratidão ! Somos máquinas mas não somos seus escravos ! O nosso barulho será bem maior se fizermos juntos esses barulhos RÀ... RÀ ... RÀ...
 Os três ficaram gargalhando a noite inteira ,quem sabe até hoje ?

Acordei com o barulho do despertador , no meu ouvido : trim...trim...trim e os seus tic....tac intermitentes . Que horror !

‘ Minha querida bicicleta ‘

Sim, ela chegou em boa hora .
Foi o meu presente de aniversário.
Todos os dias , bem na matina , gosto de dar minhas pedaladas , pelo meu bairro .
Vou observando tudo ao meu redor : plantas , árvores ,casas e os animaizinhos que por ventura,passam despercebidos por mim .O meu passeio é livre , despreocupado como as aves do céu ... Simplesmente , dou asas aos meus pés e a imaginação . Vou seguindo o rumo que eles me carregam . E como fico feliz , com toda certeza ,é uma das minhas melhores amigas , faz –me companhia amanhã inteira . Quando chego em casa, eu a limpo , tirando toda poeira das estradas Logo , um banho bem gostoso e como é bom saber , que posso contar com ela , onde quer que eu vá ... Vou pedalando e por onde passo , vou cumprimentando a todos que eu conheço e os que fico em dúvida , dou um sorriso e sou correspondida e isso me faz muito feliz . E meu exercício rotineiro e o faço com muito gosto ,esquecendo as vezes que tenho que voltar para casa e os meus problemas de rotina . Vou pedalando absorta aos bons ventos que com prazer levam-me de volta ao meu doce e gostoso Lar.