quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Sapato Velho -Roupa Nova


Você lembra, lembra
Daquele tempo
Eu tinha estrelas nos olhos
Um jeito de herói
Era mais forte e veloz
Que qualquer mocinho de cowboy

Você lembra, lembra
Eu costumava andar
Bem mais de mil léguas
Pra poder buscar
Flores de maio azuis
E os seus cabelos enfeitar

Água da fonte
Cansei de beber
Pra não envelhecer

Como quisesse
Roubar da manhã
Um lindo pôr de sol

Hoje, não colho mais
As flores de maio
Nem sou mais veloz
Como os heróis

É talvez eu seja simplesmente
Como um sapato velho
Mas ainda sirvo
Se você quiser
Basta você me calçar
Que eu aqueço o frio
Dos seus pés

Água da fonte
Cansei de beber
Pra não envelhecer

Como quisesse roubar da manhã
Um lindo por de Sol

Hoje não colho mais
As flores de maio
Nem sou mais veloz
Como os heróis
É talvez eu seja simplesmente
Como um sapato velho
Mas ainda sirvo
Se você quiser
Basta você me calçar
Que eu aqueço o frio
Dos seus pés

Essa música me faz lembrar a minha infância...Parece que o autor colheu pedaços do quebra-cabeça de minha vida.

“O DIA QUE O MUNDO PAROU”



No dia onze de agosto de mil novecentos e noventa e nove, foi nos revelado pela T.V. Que veríamos o último eclipse do milênio. Isso provocou em muitas pessoas, um reboliço jamais visto em outras épocas, Era a profecia de Nostradamus , se referia ao fim do mundo. Ele já havia previsto a segunda guerra mundial , a morte do presidente Kennedy; finalmente o aparecimento da AIDS . Isso agitou muitas pessoas a procurar religião, seitas e até mesmo provocar o fanatismo . Algumas pessoas vendiam seus imóveis ou abandonavam-no a procura da suposta terra prometida, era o fim do mundo? Uns desesperados despediam dos parentes e amigos e partiam em busca de purificação . Era uma blasfêmia ! Que contradição! Tudo passou... Isso não aconteceu, graças ao nosso bom Deus, mas deixou-nos para uma boa reflexão pois, Ele é Onipotente : só ele pode criar, fazer nascer,morrer, crescer ou diminuir... É Oniciênte : porque tem ciência de tudo que há neste planeta. Sendo Ele a própria ciência. É Onipresente : porque está presente em tudo que se move neste planeta , desde o superior ao inferior.  O mundo não se acabou, mas, parou para consertar o que estava errado no coração do homem . Parou para . tomada de consciência daquelas . Eu creio.
Orgulho-me de ser a Tua Casa e desejo ser sempre instrumento de Tua PAZ  Devo FAZE-LO conhecido no MUNDO que me colocastes.

Quem fala?



Eu estava lavando roupa e já era bem tarde, quando minha neta e sua amiguinha disseram: “vó, o telefone está tocando!”  Corri e o atendi ; o que eu pude ouvir, foi apenas um ruído ensurdecedor... Desliguei. Voltei a minha tarefa , e isso se repetiu muitas vezes. De repente, as meninas voltaram correndo dizendo que o telefone novamente tocava. Fui correndo atender, mas o que ouvi foi um ruído como um emaranhado de vozes . Com muita raiva, arranquei o aparelho da parede e o desliguei completamente da energia elétrica, deixando-o em cima da mesa. Novamente, voltei ao meu trabalho. Passado alguns minutos, as meninas voltaram assustadas e tremendo, dizendo no mesmo tom, “corre vô, o telefone está tocando outra vez e está falando sozinho e muito alto, mas o barulho acabou...” Então, muito brava falei: Como está falando, ele está desligado, não tem condições!!! Elas chateadas disseram: “Você não acredita, mas ele está falando sozinho e sem parar ?!” Nossa, que voz estranha!! Confesso, fiquei com medo. Fiquei arrepiada dos pés a cabeça. Realmente estava falando sozinho, sem tirá-lo do gancho, sem mesmo estar carregado. E ele falou durante quatro horas consecutivas . Uma voz estranha e sem lógica. Parecia voz de outro mundo... Ai. E que mundo seria esse?  Credo! . MIL NOVECENTOS E NOVENTA E SETE .

“DONA DE CASA”



- Minha pequena Lude, você estava com onze meses e estava brincando de bonequinha . Ficamos admirados, pois você conversava com a bonequinha, com tanta segurança e simpatia, que parecia uma verdadeira dona de casa: dava banho e comida na medida que seu pai lhe dava também, a sua “tão gostosa” comida. Era uma graçinha! Tão pequena e já se preparava para ser uma boa e ajeitada dona de casa... Depois, se ajeitava no lugar e tirava e colocava a roupinha da boneca. Ficava assim: “tira põe; por” por alguns minutos ... Logo em seguida , colocava ao seu lado a bonequinha e adormecia ; como um anjinho, tenho certeza que sonhava com “lar doce lar”como uma pessoa grande.
-Ludmila, quando você ainda bem pequena andava segurando a mão de seus pais um pouco insegura tentava equilibrar sozinha, em cima de suas perninhas gordinhas. Espevitadinha que era, pegava tudo e jogava no chão e sorria ouvindo o barulho dos objetos caindo ao chão ; com isso, tentava chamar á atenção de todos. Era uma graçinha! Seu sorriso contagiava a platéia de minha casa. Acredito que a todos que a rodeavam.
Um dia, tive que rir, ou melhor, dar gostosas gargalhadas. Ela olhou a pastinha de sua prima e sorriu maliciosamente e a pegou; abriu, examinou-a completamente e disse mais ao menos assim: “queio imboia” olhando para a porta que dava para a garagem. Como não demos muita importância, ela repetiu: “queio imboia” olhando a porta . Assim que abriu a porta, ela deu um suspiro como quisesse dizer:eureca! Funcinou! Já sei falar! E ela queria ir embora mesmo, mas; com a pastinha.

“A inseparável pá”



B, é a primeira letra do nome de meu netinho Bernardo. Sua mãe o chamava assim para facilitar... É mais fácil e econômico rá, rá, rá... Seu nome era grandinho para uma criança de um ano de vida; mas ele atendia a todos não importava com o apelido, já tinha se acostumado com isso ora,ora, pois,pois... No dia de seu aniversário, todos foram festejar em sua casa o seu dia tão esperado;e beijar aquele rostinho rechonchudinho . Muitas pessoas deram-lhe presentes e tenho certeza, que ele gostou muito, mas o que chamou mais sua atenção, foi uma enorme carroça com grandes pás, dava até para entrar dentro dela e sair por aí fazendo bagunça . Eu acho que foi isso que ele pensou também, não cabia em si de tanta alegria, seus olhinhos puxadinhos, tipo orientais, brilhavam como pisca-pisca de vagalumes . Tudo bem... A festa acabou e o sono chegou...
No outro dia ele foi brincar com seus brinquedos, mas; ele não se interessava em brincar com todos. É incrível! Menino levado brinquedo peralta . Sua mãe, ficava hiper cansada, pois era muito elétrico. Quando dormia, levava uma pá de suas pás nas mãos, segurando-a bem forte, para ninguém se associar com ele o brinquedo, o melhor, a pá . Um dia, seus pais foram participar da missa dominical, na igreja perto de sua casa . quando saíram no portão, grande foi o espanto; ele não deixara a pá em casa, tentaram tira-la de sua mãozinha, mas ele relutou tanto que acabou assistindo a missa com a dita pá. Pá.
Sabe Bernardo, no dia 13- de agosto de mil novecentos e noventa nove você fez um ano e oito dias, alguém fez a sua primeira peraltice: Seus olhinhos de RAIO-X, ao longe avistou uma “montanha”de areia e sorriu, e esse sorriso, não era de inocente não, era um sorriso de quem havia maquinado travessuras e das grandes. Essa criança escalou a montanha de areia de bumbum e de bumbum desceu dando risadas. Muito criativo não acham? Quem sou?

“ O Preconceito”



Antunes tinha apenas cinco anos de idade, quando foi ao colégio pala primeira vez. Era um menino inteligente mas, mas não gostava da cor negra.
Não teve dificuldade na escola e logo se entrosou com seus coleguinhas. Foi logo se acostumando com o ambiente escolar. No recreio , ele brincava de bola descontraidamente; saia correndo pelo pátio a fora, parecia que já conhecia tudo e todos.
De repente, ele parou... não quis mais brincar...  Um de seus coleguinhas gritou:
_Hei, Antunes, parou de brincar?
Ele respondeu:
_Não dá mais !
Seu coleguinha retrucou:
_Não dá mais porquê ? Esta tão bom, venha!
Seus coleguinhas não entenderam bulhufas, mas; continuaram a brincar... 
_ Ele desanimou - disse um...
Outro disse consolando a todos:
_Tudo bem... O importante é que a brincadeira continua !
De longe, Antunes olhava a bola, que flutuava pra lá e pra cá, sem parar, nos pés de seus coleguinhas. Mas, Antunes, sempre de cara triste e testa franzida .
A professora observava atenta, a brincadeira das crianças.Viu o afastamento de Antunes e perguntou:
_ O que houve, parou de brincar ?
Ele respondeu mal humorado:
_Não foi nada, acho que me cansei... Brinco quando me der vontade.
_Ora, disse a professora !! Vá brincar...!
Ele respondeu, perdendo a paciência:
_Não!
_Porquê - ela disse - você gosta tanto de jogar bola?! 
Ele respondeu:
_A senhora quer saber mesmo? Sabe... “ enquanto aquele negrinho” tiver brincando , prefiro ficar só olhando, que colocar a bola no pé. Ele é diferente professora! Veja bem ... Ele é todo diferente.
A professora franziu a testa e pensou... Meu Deus, um racista em minha escola!  O quê que é isso meu Deus ?  Encorajou e perguntou:
_Diferente como? 
Ele desanimado falou:
_Veja bem... minha pele é branca, cabelos lisos e o dele é ... sei lá, é  engraçado!  Muito esquisito... encaracolado... 
A professora mais que depressa pensou em modo de explicar a ele, sem melindrá-lo, sem perturbá-lo, pois sabia que ele precisava de muita atenção imediata compreensão sobre pessoas de cor. Pensou... pensou... e depois com muito jeito, falou:
_Antunes, venha cá ! Fique bem pertinho de mim ... assim,bem juntinhos, vamos procurar entender as nossas diferentes cores. Veja bem... No mundo, existem muitas pessoas diferentes: branco, negro, amarelo e vermelho. Mas, diferente só na cor ; por dentro somos todos iguais . Qual é a cor do seu sangue?
 Ele respondeu:
_Vermelho,é claro! 
E ela continuou... você conhece alguém que tenha sangue de outra cor ?  
Ele:
_Não professora! Até hoje só conheço sangue vermelho mesmo,ora...
Concentradíssima ela continuou, com uma voz macia e segura, compenetrada no assunto:
_ As vezes, querido, algumas pessoas têm esse “negro”que está na pele, bem dentro dele, e esse, “negro”de dentro, é pior que o “negro que fica de fora ... Não importa a cor que a pessoa tem; o que importa na pessoa é o caráter. Por exemplo: a pessoa quando é má, invejosa, falsa, desobediente... essa pessoa vive como tivesse esse “negro” por dentro dela, mesmo de pele branca . E se a pessoa é “negra” por fora fora e bela por dentro, por ser boa, educada, obediente e sabe tratar seus amiguinhos com simpatia e tudo faz ,para que ela se sinta a vontade . Essa pessoa é como “ branca” por dentro , transparente...  entendeu Antunes?
Ele disse preocupado:
-Sim, Professora! Eu entendi tudo. Isso quer dizer, que eu sou “negro” por dentro, não é professora? Entendi tudo ,tudinho... 
A professora muito assustada, sacudiu a cabeça, num gesto de preocupação, disse a todo vapor:
_Não,quis dizer isso Antunes, procure entender...
Ele respondeu com presteza:
_Eu sei professora , entendi tudo!
Por um momento, ele espirou fundo e depois, com muito esforço falou sem parar...
_ Ah!, Não quero ser “negro” por dentro, não; professora!  Ajude-me a tirar esse “negro” de dentro de mim ,por favor... Isso tem remédio?  

A professora ,ainda assustada, com o que acabara de ouvir, franziu a testa e pensou ... Não sabia que ele pegaria ao pé da letra o exemplo que ela lhe dera . Levantou-se devagarinho, inclinou o dedo indicador e apontou para o seu coleguinha de cor, que ainda brincava alegre com seus coleguinhas “branquinhos”  Ela disse:
_Esse é o melhor remédio, a melhor solução, o melhor caminho para tirar esse negro de cada um de todos nós . Vá brincar com seu coleguinha de cor e o faça feliz , sendo bem legal com ele,como faz com os outros e não deixe que ele perceba a sua ausência. Corra, vá brincar e esqueça “tudo...
Ele mais que depressa saiu correndo atrás da bola gritando:
_ Hei, você que entrou agora para nossa turma, joga a  bola pra cá, quero brincar também !
O menino sem saber de nada, olhou, sorriu e jogou a bola e começou a brincar com seu novo amiguinho... Assim ficaram amigos para sempre.
Seus outros colegas, não entenderam nada do que se passou... Moral: Todos nós somos “iguais” perante o nosso CRIADOR  . O SOL NASCEU PARA TODOS .

“É engraçada a vida”



Rio das peças que a vida nos prega, das dribladas que recebemos, a medida que crescemos caminhamos. 
É engraçado, não aprendemos nunca!! 
E o coração, como fica, diante disso tudo??   
Ele ameaça fugir de dentro do peito e finge que vai, mais não vai ... “Balança mais não cai”.
Então, o susto nos apavora, fazendo-nos pequeninos diante de tantos quebra-cabeças.   
Pára! 
É hora de meditar! 
É hora de acreditar na existência do amor... 
Paciência, fé, paz...
É isso aí, “ paz” . 
Mas, quando voltamos ao normal, começamos tudo de novo e nos entregamos, as peças teatrais da vida. Sim... Realmente é um palco essa vida . 
Cada um desempenha o seu papel, como bons artistas que somos desenvolvemos bem esse papel: as alegrias, dores, fracassos, omissões... 
Que nobre é o coração do  homem! 
Sofre,sofre e não se entrega! É muito corajoso!
Temos que aprender muito com ele. 
Vamos tentar?
Vamos entrar nos jogos do quebra cabeças da vida  e ver se acertamos todos e tentarmos corrigir nossos erros?  
 Podarmos os galhos secos, que atrapalham nossas vidas?    
Vamos ser nobres, Faz bem a alma e o coração... 
Isso, é só para passar o tempo, não é para levar a sério.  
 É para preencher esta página , que exigiu de mim alguma coisa, nem que fosse frases como estas : Chatas, ruins de ler... É claro! !!!

“Não gostei da idéia...”



Bernardo, B, ...  Na importa... O que realmente importa , é a atender atodos e poder brincar e sorrir sempre. Os apelidos? Não me atrapalham; tenho certeza, logo,logo as pessoas esquecem é natural... “isso, é se ele soubesse falar,tenho certeza ele diria... Eu só quero brincar”... !
Tudo bem... Ele foi a escola, com apenas um ano de idade e alguns meses. O famoso “ Jardim da infância, o maternal”. É claro! Sua mãe dizia que a professora o elogiava muito, pois era um ótimo aluno ou seja, uma boa criança ,comportado, apesar da idade: observador e inteligente, aprendia com facilidade. Quando sua mãe perguntava sobre sua merenda, se a comia tudo, sua professora sorrindo respondia : “sim, a dele e a dos coleguinhas”, ele tem um bom apetite e que apetite!  _ Suas mãos grandes e pesadas, acabavam com os brinquedos, logo que começava a brincar , socava-os no chão, onde quer que estivesse. Isso só quando eram pequenos ; os grandes permaneciam quase perfeitos. Seus passos se faziam ouvir nitidamente ao longo da casa, esbarrando em tudo que o atrapalhava a passagem.  – Comecei a fazer minha comparação: “existe um personagem  de Hanna-Barbera, no programa de Fred Flintstone. O pequeno Bambam: Forte, espaçoso e querido pela Pedrita. Suas característica se assimilam ao do B. Bernardo .
– Mas, por favor, se ele souber disso quando crescer... Vai ser um Deus nos acuda” Não deixem escapar, nem de brincadeira, provavelmente não vai gostar do apelido. Bambam... Bernardo, nós te amamos .

“ Não contava com minha astúcia?”



Uma garotinha de um ano e cinco meses, estava brincando em cima da cama de sua mãe; muito serelepe... De repente, ela avistou um fio de cabelo comprido, certamente de sua mãe. Ela agachou disfarçadamente e muito ressabiada, olhou para sua mãe, como não estivesse “nem ai” e o apanhou, pronta para levá-lo a boca. Ela fingiu jogá-lo ao chão, tentando ludibriá-la ; logo em seguida o levou á boca, certamente movimentá-lo nos dentes, como se fosse um fio dental “como fazem as crianças, quando encontram algo parecido”.
Sua mãe, ao ver esse inocente quadro, correu para tirá-lo da iminência de cair em sua boquinha. Com isso, ela não esperava, e nem podia com essa idade perceber, que sua mãe já estava de “olho” nela, bem antes dela pegar o fio. Sua mãe então ao tirar o mesmo de suas mãozinhas, falou assim brincando: Hum... “ Com essa você não esperava, não é bonequinha?” “Não contava também com minha astúcia?”  Tentou me tapear, não é , a tapeada agora é você, espertinha” ?! Quem sou? Adivinha se puder...

“ A coelha que não era coelha . era um coelho”


Era tão branquinha, de pelos macios e olhos arregalados e vermelhos. Tinha apenas vinte e um dias, quando o Marquinho e Adriana chegaram com ela aqui em casa. No dia da “Páscoa”. Demos o nome de: “Lilica Repilica” Meu filho , fez uma casinha bonitinha pra ela e bem em cima da casinha ele escreveu: Lilica Repilica; e o nome conseguiu nos convencer. Gostamos da idéia e a chamamos só de Lilica . Ela atendia a todos pelo seu nome, ou por “Branquinha” A princípio, ela dormia dentro de casa. Era tão pequena que tivemos o maior cuidado de programar um local bom, a prova de que não seria molestada pelos gatos que viviam do lado de fora , no quintal.Quando queria fazer suas necessidades ela saía de seu cantinho, passava correndo pelo nosso quarto e jazia tudo no banheiro de nosso quarto. Era como um fantasminha correndo pelos corredores da casa; e onde passava deixava um “recadinho’... Um dia, namorada de meu filho veio dormir aqui em casa  Arrumei sua cama no meu quarto, no chão. Neste dia, dormimos eu minha neta, minha filha e a namorada de meu filho no mesmo quarto, era bem espaçoso e dormimos bem sossegadas ; e que sono gostoso!Era noite fria de inverno . ao invés da coelhinha correr para fazer suas necessidades no banheiro, como de costume, ela passou direto...
De repente, a namorada de meu filho  deu um grito levantando-se assustada da cama onde dormia e dizendo apavorada: “ socorro!”, o que é isso? “ Na minha cama?” “ debaixo do cobertor?
Assustada perguntei: O que foi? O que aconteceu?  
Assustada ela respondeu: “ Uma coisa está se movendo debaixo do meu cobertor! Socorro!”    
Eu corri e puxei o cobertor ... E quem estava lá em baixo do cobertor, se escondendo do frio? Acredita! Claro, era a danadinha da coelhinha! !  Ela sentiu frio e foi se aquecer debaixo do cobertor da dita cuja, ora,logo a dela , coitada?! Levou um susto ou melhor, um sustão. E que susto, com isso ela não esperava.      Passado alguns anos, ela cresceu... 
Um belo dia, os meninos observando o seu comportamento, foi descoberta. 
Imagina, a coelha não era coelha, era um tremendo de um coelho! E que coelho! Que decepção! Ela nos enganou direitinho! Que safadinha! Não! Safadão...!

“Que saudades”- Bela assimilação.



O dia estava claro e bonito, quando minha filha saiu para trabalhar, deixando sua filhinha, ainda de colo com seu pai. Claro! Ela já sabia andar com alguma segurança, mas; por algum motivo, ela deixou de dar seus passinhos firmes no chão, preferindo assim, andar sobre a cama de sua mãe ou dentro de seu cercadinho, que era bem macio, com certeza. Achava-se mais segura de si agindo desse jeito. Corria pra lá e pra cá, “tão segura” como andar firme no chão.   À tarde, seu pai costumava dar uma volta pela praça, que ficava a alguns metros de sua casa. Todo orgulhoso ele passeava com a sua linda filhinha nos braços, depois de um dia fatigado de muito trabalho e atenção. Ele olhou no relógio e disse á sua filhinha: Está na hora de sua mãe chegar! Vamos esperá-la, daqui a pouquinho, ela descerá do ônibus e você poderá matar a saudade de longas horas de separação...  
            Tudo bem... O ônibus finalmente apareceu e seus olhinhos fitos nele, nem piscavam, pois não via a hora de rever sua mãe descer do ônibus e poder sair correndo e sufocá-la de beijos.  Mas,quando a viu atravessando a rua, ela não pode conter a emoção; não sabia se descia do colo de seu pai, para correr ao encontro dela, ou se Corria do lado oposto.
Então ela agiu mais ou menos: saiu correndo sim... Mas nos braços de seu pai, como tivesse realmente correndo no chão a todo vapor; esticando os bracinhos, como tivesse apertando-a. Não sei como foi possível, o modo com que ela encontrou assimilar os movimentos de suas perninhas, controlando seus passinhos, como tivesse correndo, ao encontro de sua mãe.
É saudade demais... Não é bonequinha?

Com quem eu falo?



Lud, é o abreviado de Ludmila e é minha adorável netinha de um ano e nove meses de idade. É muito esperta e muito falante. Observadora, registrava tudo que via e ouvia na sua cabeçinha. Muito inteligente, nesta idade, já sabia falar muitas palavras bem nítidas. Seus pais deram-lhe um telefone de brinquedo, que a mantinha entretida, durante um bom tempo.
Quando seus pais recebiam ou faziam alguma ligação, lá estavam seus olhinhos de jabuticaba prestando a maior atenção: “Como manusear aquela coisa”...?
Um dia, sua mãe ao longe observava emocionada sua filhinha, tão pequena, fazendo suas supostas ligações, no seu telefoninho. Interessante! Ela colocava o aparelho entre o ombrinho e o ouvido e discava com o dedinho indicador, não sei para quem; só ela sabia e disparava a falar com tanta segurança, parecia falar com alguém mesmo. Sua mãozinha direita anotava em um pedaço de papel “tudo” que acreditava ouvir do outro lado da linha. Talvez, quem sabe, algum anjinho de sua idade, falando a linguagem da inocência. A mesma linguagem.
Depois de muito falar, delicadamente, colocava o fone no gancho e sorria envaidecida, como quisesse dizer: Viu? Também sei anotar “coisas” Está aí para quem quiser ler... Obrigada.

Quem fala cantando?



Toda vez que minha filha chega do trabalho, liga para mim, dando notícias suas e saber das novas. 
Sua filha vendo-a falar, entra no ar e sua vozinha suave se faz soar no aparelho. 
Logo, ela diz alguma coisa , transmitindo uma emoção muito forte: 
_Saudade vó... 
Faz-me estremecer dos pés á cabeça...
Que coisinha linda, que fofurinha!!
Só ela mesma, para melhorar o meu modo de viver, elevar o meu astral e me fazer feliz. 
Então eu digo ainda emocionada: 
_Fofurinha da vovó, você está boa?
Ela responde cantando: 
_Vó, Felicidade ...! Eu estou boa vó, 
...Terminando com um beijo gostoso e ouço com orgulho, aquele estalido 
_SMUCk! 
E uma garotinha prodígio, sem dúvida, e tem um ano e alguns meses de idade .

Quem sou?



Uma criança tão pequena já gostava de uma carteira, claro, cheinha de dinheiro! Ela brincava e acreditava que realmente era dinheiro verdadeiro , Colocava pedaços de papel, arrumava-os bem juntinhos na carteira e comprava e vendia mercadorias falando com alguém que ela mesma respondia ... Um dia ela começou a cantar :
_Quem quer casar, com dona baratinha, que tem dinheiro na carteira, para casar ? Não falava: “que tem dinheiro no cofrinho” ?
Espertinha heim?


“FESTA DE NATAL”



Todo ano, gostamos de nos juntar, para festejar o natal em família . É uma festa muito animada ; com risos, muita alegria e presentes, para todos.
Realizamos a brincadeira de “amigos ocultos” e outras brincadeiras para animar mais o ambiente .
Ficamos a espera das 12:00 em ponto. Pronto! Começamos os “comes e bebes” Logo, o desejo que todos tenham PAZ e sejam muito felizes e que a saúde cubra as vidas de todos .
Soltamos fogos e nos abraçamos .
As crianças com seus presentes já nas mãos e os adultos também e gritam , cada vez que alguém descobre o seu presente e quem é o seu amigo oculto. E o mais interessante é que as crianças já sentiam, apesar de tão pequeninos , a essência que emana o ambiente a festa de Natal. Uma criança de dois anos chegou perto de seu primo de um ano e pouco e disse abraçando-o e o beijando:
_B, eu te amo!
 Isso completou a nossa alegria, a nossa felicidade.
Com que ternura essa criança proferiu essa frase. Parecia entender realmente da festividade do Natal.
Lú, nós te amamos também !

Que Emaranhado!



Uma rolinha fez seu ninho bem entre um emaranhado de trepadeira espinhosa que se entrelaçava a pilastra de minha garagem. Era uma linda buganvília amarela. Todos dias, eu esticava o pescoço e lá estava ela deitada chocando seus ovinhos, pequenininhos... Após muitos dias, via-se três filhotinhos, fazendo algazarra, a espera do seu alimento. Pronto! Os filhotinhos já estão com a barriguinha cheia e logo pegaram no sono. E assim passaram por muitos e muitos dias, felizes, até aprenderem a voar e deixarem o ninho, o seu aconchego tão macio... Eram umas gracinhas! O tempo foi passando... passando e a rolinha retorna ao ninho deixando mais três ovinhos . Começa a chocá-los; não saia de seu ninho nem para se alimentar. Dava pena, vendo-a sem alimento e sem movimentar! Em seguida, nascem os novamente os filhotinhos. Minha filha um dia, ficou horas e horas observando-os, trouxe a filmadora e os filmou. Parecia que sabiam que estavam sendo filmados; levantavam suas asinhas e ficavam muito assanhados... Como sempre, eles aprendiam a voar e adeus; voavam, deixando saudades... Um dia ela voltou, para botar novos ovinhos; trazia no bico mais capim e outras coisas, para retocar seu ninho toda feliz. Mas, que falta de sorte! Faltavam só os ovinhos. A fatalidade foi bastante cruel com a rolinha desta vez... Eu ia passando por debaixo da trepadeira eu pude ouvir um debater de asas, mas, olhei e não vi nada . No outro dia ... vi um quadro triste... muito triste mesmo .A rolinha estava inerte , pendurada em um fio de linha de papagaio, entrelaçada nos galhos da trepadeira. De tanto se debater , para se libertar do emaranhado dos fios e galhos espinhentos; acabou ficando enrolada de cabeça para baixo. Coitada1 Suas perninhas fininhas e machucadas, as peninhas soltas caídas ao chão seu corpinho com peninhas murchas e  ressequidas; deixou-me triste e pensativa ... Ficou gravada no meu pensamento a sua triste história de perseverança em dar continuidade a vida...Mas a vida, esqueceu-se de assegurar a sua própria vida
A bíblia nos ensina:” Não cai uma folha no mato sem que DEUS não queira” .

“PENSAMENTO DE UM PÈ DE CHUCHU”



“Sou um pobre pé de chuchu, rejeitado na sociedade legumense e pelos homens também.
Imagina, não sou reconhecido, nem na escrita; sou escrito com C.H, e muitos ainda confundem-me escrevendo com X. O som é de X, e com X gostaria de ser escrito e quem sabe, um dia alguém vai me assumir?

Às vezes fico triste, quando alguém ainda diz: que minha bagagem é pura embromação e dentro de mim só encontra “casca, água, e bagaço”. Não é verdade, não me conhecem... Tenho em mim algumas propriedades fantásticas, talvez, por falta de informações, acabam falando bobagens.

Às vezes fico magoado pensando... Ofereço-me a todos, exibindo-me, agarrando em uma cerca de bambu com meus lindos e enormes frutos e ninguém se interessa e ainda tem a coragem de dizer: “Olhe aí, comida para porcos!” Não são capazes de dizer: Apanha-os e faça um bom suflê...! Ouço constantemente essa frase: ”Coitado, não têm gosto; não é bom...”! E eu choro... Sofro... Que se há de fazer? Mas a esperança é a última que morre, porque, em alguns lares sou bem recebido, onde não há o que escolher o que comer. Então, posso ouvir muito feliz: “Que delícia!” Que bom, que alguém faz bom uso de mim; um prato bem gostosooso...!
Um dia, pude ouvir com certa tristeza em plena feira, alguém dizer: “Não sei por que trazem isso, para feira, não vendem, que desperdício!!!” Vejo-me nas bancas dos mercados , meus frutos murchos, secos, sem vida, na iminência de virar realmente , comida para os porcos. Às vezes penso... “sou um legume bem feito, bem modelado, com cores às vezes diferentes, e olha,sou bem bonito e muito elegante...”! Às vezes sou verde claro verde escuro e sou gostoso “batidinho” com ou sem casca, fico parecendo abobrinha nova... Cozido em salada, claro!Com um pouquinho de salsinha e cebolinha de cheiro e quem sabe, com uma pimentinha, alguém possa dizer assim: “Com pimenta talvez ele desse bem”!
Ah! Nos pratos mais humildes, eu posso me exibir; pois aí, todos gostam de mim... Não tem muito que escolher. Que pena!
Não é triste essa situação?
É duro ser Chuchu. Não é mesmo?”

O que é isso Ramon?



Um catequista reuniu pela primeira vez, algumas crianças da catequese para participarem de perto da cerimônia de Lava-Pés. Doze deles entraram com orgulho na Igreja com faixas atravessadas no peito, representando os Doze apóstolos de Cristo,
Um ministro da Eucaristia presidia fervoroso a cerimônia e ao seu lado um seminarista e a frente as doze crianças que iam representar.
A garotada esperava ansiosos o início de tão desejada fonte de confraternização. Só assim compreenderiam melhor tudo que o catequista ensinara na catequese. Posicionaram nos seus devidos lugares bem quietinhos... Silêncio total... Tudo bem ... O ministro entrou na igreja o seminarista e as crianças ao som agradável do violão que soava pelos quatros cantos da igreja. Coro de jovens e crianças num só tom que enobrecia mais a grande cerimônia.
Com um jarro e bacia na mão a toalha dobrada no braço esquerdo o seminarista lavava os pés das crianças e os enxugava e logo o representante do padre os beijava com uma serenidade e compenetrado na ação que realizava.
O mais interessante foi quando um dos meninos que representavam Os Doze ao ser beijado pelo representante ainda mais um de seus pés ... De repente olhou para todos que estavam assistindo a cerimônia levantou-se e olhou o seu pezinho e o cheirou ... cheirou novamente e estranhou... “Será que meu pé está cheirando mal?
’’
Hum... Hum...! Foi motivo de muitos risos... Achou que seu pezinho cheirava chulé não compreendeu a ação da coisa quer dizer: A cerimônia.

“O Fim de três Ratinhos Indefesos”



Levantei-me cedo e fui como sempre, buscar o pão e o leite na padaria. Ao chegar, assim que atravessei o portão, ouvi um fuziê, que deixou-me assustada. As portas batiam, parede parecia tremer com repetidas batidas e passos frenéticos ... Eu perguntei:Que barulho é esse? Minha filha respondeu quase sem fôlego: Mãe, tem uma ratazana aqui, debaixo do balcão do tanque! E eu depressa corri para ajudá-la . Corro daqui, corro de lá e nada. A ratazana era veloz, nada a fazia parar, estava furiosa, investindo em todos que corriam atrás dela.  Resolvi vasculhar o terreiro na esperança de encontrar outros e o que presenciei deixou-me atônita : Três ratazaninhas debaixo de três gargalhos de garrafas de cerveja que estavam no chão . Bateu-me uma tristeza incontida, não tive coragem de tira-los de seu aconchego, estavam ofegantes, com o bumbum de fora ; só a cabecinha escondida, acreditando estavam bem protegidos e ninguém os achasse  daquele jeito. Coitadinhos, que posição!! É por isso que a ratazana- mãe, ficou super violenta, não deixando-se aprisionar 
Queria  ver  e proteger seus filhotes a todo custo o então alimentá-los. Minha filha, logo que os viu disse horrorizada: Mate-os mãe! Se eles crescerem, certamente nos prejudicarão; trazendo doenças: A peste bubônica . Confesso, não tive coragem, eram três bebês-ratos...
Procurei alguém que os tirassem de lá . Logo uma mulher prontificou-se e ... com uma pá de pedreiro deu-lhe uma ... e Crauuu!  Os três bebês ratos deram um gemido e sangue esguinhou-se pelos quatro cantos da parede.
Que sina é a do rato, não? E que perseguição...

Que Coisa Feia!



Estávamos eu, minha filha e minha neta , no mesmo ônibus, olhando que passava por nós,quando de repente, um carro ou seja um carrinho, não sei que marca; passou por nós, fazendo-se notar por todos, fazendo um barulhão muito estranho... Olhei e exclamei: Andréia, olha que carro “feio”! Esticamos o pescoço fora do ônibus, para vê-lo direito e o que vimos e lemos, não nos agradou nem um pouquinho... Mas demos gostosas gargalhadas...
Atrás deste carro estava escrito:
“Feio é a mãe”
Deu para entender?

Sem Esperança



Veio a luz uma criança
E a luz se apagou...
Vida sem poder viver
Sem poder crescer.
Semente que germinou
Sem poder crescer e florir
Pulsa o coração
Sem esperança,
Sem poder sobreviver.
Um dia de luz
Outro de escuridão
Luz que tão cedo se apagou
Neste mundo desconhecido
Tão lindo !
Que você criança
Não chegou a conhecer.

Mensageiro dos ventos








3-6-99 quinta-feira
Tudo começou mais o menos assim... O vento estava realizando um barulhinho gostoso de se ouvir ... Um barulhinho musical que me chamou à atenção. Confesso que fiquei curiosa dias após dias, semanas após semanas e os meses foram passando... Fui caminhando, guiada pelo som que vinha lá dos fundos... Deslumbrada pude ver, um objeto de pedra, cheinho de pêndulos desproporcionais meio arredondados; uma graçinha! Cheguei bem perto, muito ansiosa fiquei observando... O vento de leve, tocava os pêndulos proporcionando um som maravilhoso assimilando ao som de gaita e flauta, uma associação dimensional, dando um toque mágico, bem angelical.
De repente, num piscar de olhos, sente uma brisa passar por mim, roçando meus cabelos e logo se transformando, em lindos anjos-ventos, um após outro, surgindo de uma porta suspensa, em uma nuvem translúcida semi-coberta de flores pequenas, em suáveis tons:rosa,amarelo,azul e lilás, formando um colorido lindo, como em sonhos.
Os anjos rechonchudinhos, despidos, envoltos de flores pequeninas e quando passavam exalavam um gostoso perfume de lírio que se estendia por todo o ambiente . Nos pés e mãos, usavam uma espécie de pulseira e a cabeça um diadema fininho, de flores da mesma cor, dando um aspecto angelical . Todos sorriam, e que sorriso contagiante! Umas gracinhas... Quando passavam brincando por entre os pêndulos esbarravam proporcionalmente nos mesmos,provocando uma musiquinha, jamais ouvida no mundo terreno. E repente, fui introduzida ,pelos anjos-vento num mundo mágico encantado.
De vez em quando, um deles se transformava em uma corda de flores e os outros pulavam alegres,sempre sorrindo...Depois de tantas peripécias, pude ouvir nitidamente, uma voz,suave, melodiosa , certamente um anjo guardião de todos anjos. Acredito.
“Crianças, acabou o recreio!!” Depois de muitas voltas por entre os pêndulos eles se posicionavam sempre sorrindo, obedecendo aquela voz que os chamava , e da mesma forma que apareceram, foram um de cada vez se transformando em ventinhos, desaparecendo através de uma porta semi- florida, transparente suspensa em uma nuvem O Último dos anjos, olhou para mim, deu uma risadinha, piscou o olho esquerdo deixando cair sobre mim, pétalas de rosas e eu retribui com um sorriso.logo desapareceram e  o vento parou... \tudo parou . Ao abrir os olhos, toquei com o dedo polegar nos pêndulos para provocar o mesmo barulhinho e ouvir aquele som agradável de se ouvir .Debalde minhas esperanças, o que pude ouvir, decepcionou-me!Hum som rudimentar, que doía os tímpanos. Claro,o objeto, só obedecia o toque mágico dos ventos, pois ele é verdadeiro expositor das mensagens dos ventos para o mundo. Pois eles são realmente os responsáveis pelo som contagiante .É por isso que são chamados “O mensageiro dos ventos”

UNIDOS NAS NOTAS MUSICAIS

Era uma vez , uma família que vivia muito feliz: família unida nas notas musicais . Família que formava o som mais agradável e tudo fazia para que a felicidade fosse a força maior , para mantê-la sempre unida ao som . Além de unida ao som , tinha nome de notas musicais : DÓ RÉ MI FÁ SOL LÁ SI . Eram os pais mais felizes que existiam na redondeza o DÓ E O RÉ. Procuravam manter seus filhos sempre juntos e isso era motivo de muito orgulho. Sempre juntos pensavam viver para sempre... Era o desejo de ambos. Eram os pais mais corujas do planeta. Seus filhos eram felizes e podiam contar com seus pais, pois; esses estavam sempre disponíveis a proporcionar-lhes a vida que desejavam , isso dentro dos padrões de vida bem razoáveis. Tinham esses nomes: MI FÁ SOL LÁ SI ... E tudo faziam para que os laços entre pais e filhos , nunca se desatassem .

Todos os dias, eles assentavam ao redor do piano e juntos ensaiavam suas cordas vocais . DÓ RÉ MI FÁ SOL LÁ SI ... É assim formavam juntos o som mais gostoso de se ouvir. Todos que passavam e ouviam a família reunida a cantar, ficavam maravilhados e comentavam …

Como é lindo esse som!

Era a grande família unida pela fé, na esperança de uma construção melhor no mundo em que viviam.

A nota MI era uma mocinha muito graciosa, inteligente e uma voz de seda, mesmo quando por um motivo qualquer era pega surpreendida pelo mal humor, sempre sabia dar conselhos aos irmãos mais novos .

O FÁ era um rapaz sonhador,tinha uma imaginação muito fértil, tentava alcançar os céus com seus pensamentos e construir castelos com seus mais loucos sonhos. E com um simples toque de seus olhos de RAIO X, tentava enxergar o mundo das mulheres .

O SOL era uma nota feminina , era uma linda jovem formosa, queria que o dia tivesse a sua idade, gostava de humor, como seu próprio humor. Gostava de contagiar o mundo com seu sorriso, suas façanhas. E o pior, gostava que todos tivessem olhos só pra ela e a sua disposição .

O LÁ, era uma nota masculina . Um rapaz lutador , um pouco calado, mas; super inteligente e astucioso. Se pudesse escapulir do convívio da família , ele juraria que sairia, mas; ele sabia que permanecer juntos, seria a melhor solução. Não queria que a família fosse molestada. Por isso tentava ser uma nota dedicada.

O SI, era jovem valente, tinha um espírito bem aguçado, queria o espaço pra voar, onde ele pudesse descobrir os mistérios da vida do grande universo. Gostaria de percorrer o mundo, se pudesse. Era muito inteligente, um pouco calado e cheio de amor.

Um dia, uma tristeza invadiu a união da família, unida ao som ... O DÓ, foi chamado para fazer uma viagem, muito longa, sem retorno... E ele aceitou, muito pesaroso, deixando uma falha enorme na família , notas musicais. Foi inevitável a separação . Que pena ! Era o esteio da família. O esteio da grande família, unida às notas musicais .

Tudo bem...A vida continuou...

A RÉ, que amava o DÓ, teve que se arrumar sem o esteio como pode. Chamou os filhos, para uma reunião e ver como o som ficaria, na ausência do DÓ . Discutiram sobre como procederiam a partir daí, como seria a situação de cada um e no final ensaiaram : RÉ MI FÁ SOL LÁ SI...

Falta uma nota !- a RÉ falava -que falta ela nos faz !

A tristeza invadia a alma de todos ao ouvir o som incompleto. Não estava correto.

Depois de longos anos, o MI, conheceu um rapaz elegante e quis logo se casar, constituir família e ser feliz. Mas, alguns anos tiveram uma filhinha, que veio realizar o seus sonhos. Era uma linda criança ! A família se completou .

Quando sua filha se casou, dona RÉ ficou alegre e triste ao mesmo tempo, não sabia se sorria ou chorava. Sorria por saber que sua filha ia se casar. Triste, por saber, que a família sem o MI, ficaria sem o som desejado. Mas paciência ! O que se há de fazer? A vida é assim mesmo : nascer, crescer e multiplicar...

Vamos ao ensaio e ver como fica o som : RÉ, FÁ, SOL LÁ, SI... AH, meu Deus! Que som horrível ! Não adianta falta outra nota!

A vida continuou...

Depois de um bom tempo, a família se reunia para um bom bate papo, quando o FÁ, entrou sorrindo, segurando a mão de uma linda mocinha dizendo:

Não se assustem ! Vamos nos casar! A mocinha sorridente falou assim:

Vou roubá-lo de vocês! Viremos visitá-los sempre que pudermos .

Os anos passaram e tiveram uma linda filhinha. A família toda sofria as perdas, embora de um modo diferente. É normal disse a RÉ, muito preocupada. Como o som ficará agora, meu Deus?! Vamos ao ensaio, que será que vai acontecer, sem mais uma nota! O som saiu mais ao menos assim: RÉ, SOL, LÁ, SI... A RÉ, arrancou os cabelos chorando, com uma voz rouca conseguiu falar:

-Minha família reduzida ! O som não sai perfeito! Faltam o DÓ, o MI, e o FÁ . Ajude-me alma do som!

Alguns passaram... Estávamos todos conversando animados quando... O SOL, entra em ação. Sinto muito família unida, mas; tenho que zarpar também, para fins de trabalho e estudo mais avançado. Lá vou eu, a procura de realizações mais adoráveis sonhos ! Adeusinho !

Dona RÉ, desanimada com a situação musical da família, chamou-os e disse:

-Não sei porque, eu ainda insisto nesse ensaio. Vamos ver como fica o som, sem mais uma nota: RÉ, LÁ, SI... Ela viu sua família sumindo aos poucos e chorou mais uma vez...

Logo em seguida o LÁ, levantou-se da poltrona e com uma voz bem alta e firme, anunciou:

-Não fiquem tristes, vou embarcar nesta mesma barca, não me impeçam, por favor!!

Depois de alguns anos ele se casou com uma moça muito educada, e tiveram um filho lindo, parecido com ele.

E o coração de dona RÉ, como ficou? Ver sua família chegar ao fim. É o destino, dizia ela...

E os anos passaram rápido . Um dia ... O SI, reclamou a monotonia de sua casa. Andava sempre triste, pensativo, e quis também sair, conhecer o mundo e sentir o gosto que a vida “ lá fora “ tem... Dar asas aos seus desejos; sua imaginação. Viajar sempre foi o seu sonho... Agora que pintou a oportunidade, é claro, vai atrás...

Novamente dona RÉ, não resistiu,chorou... Chorou muito . Mesmo assim começou a falar nervosamente, já acostumada com a desunião da família . Vamos ao ensaio,andam ... Venham!!!

Ela esqueceu-se que a sua família havia terminado, quanto ao som. A última nota musical, saíra da unidade .

Começou bem alto : RÉ...RÉ.. RÉ...

Não sabia sair do RÉ. Todos que formavam a grande família do som, foi-se desintegrando de vez o som musical tão bonito e invejado por todos !

Dona RÉ... ficou sempre numa nota só, balançando em sua cadeira de balanço, olhando por uma janela, as estrelas que cintilavam , cada vez, que ela dizia: RÉ...RÉ...RÉ... Não se dava conta, que estava só, com seus problemas repetindo sempre a mesma nota.

Foi assim que acabou, a triste história, de uma família que unida um dia pelas notas musicais, acabou reduzida em uma nota só: RÉ...

domingo, 22 de agosto de 2010

UM CERTO HOMEM

Certo homem , senhor de idade, de pele escura , silencioso, de cara fechada; assistia todo domingo, a primeira missa da manhã , ao lado de seus cachorros de raça comum. Esses, permaneciam quase imóveis, olhando para o padre, que calmamente rezava à missa. Um dia , lembro-me bem, esse homem, não apareceu à igreja, para a missa da matina e todos deram falta dele até mesmo de seus cães, porque não?( Eles ficavam quietinhos e quietinhos acompanhavam o seu silencioso dono.)

Ele morava ao lado de um córrego e sua casa muito simples composta de dois cômodos sem reboque. Havia apenas uma porta e uma janela, essa dava para uma densa mata quase intransitável . Esses, seus cachorros uivavam sem parar; parecia um lamento. Resolvi averiguar; a porta estava entreaberta e os animais podiam entrar e sair quando bem entendessem.

De imediato, senti um odor insuportável; algo de mal havia acontecido. Fiquei muito preocupada, confesso. Lá estava o homem esticado, no frio chão, morto.

Seus cachorros, hora pós hora, lambiam o seu corpo inerte no chão. Dava pena de ver! Logo, foi enterrado pelos vizinhos.

Chegou novamente o domingo. A missa começou...

De repente, foi chegando um a um, de seus cachorros, bem de mansinho, e ocupando o mesmo lugar, onde seu dono sempre ficava, ouvindo talvez, o padre pregar o seu SERMÂO DOMINICAL. Parecia que entendiam o que o padre falava. De vez em quando, eu olhava, aquele “ cantinho reservado”, onde seus cães e dono ficavam. Era um quadro que chamava a atenção de todos que iam assistir a missa naquele horário .

Eu ouvia de vez em quando, alguém falar alguma coisa a respeito...

Coitado dos cachorros, eles sentem a falta de seu dono!! Nem por isso, eles deixavam de assistirá missa, estavam acostumados . Ficavam assentados no chão quietinhos, como seu dono estivesse ali presente.

É , realmente os os cães são os melhores amigos do homem. Acredito.

“O bom costume faz o amigo.”

“ Humildade”

O sol contemplava um lindo jardim, que ostentava suas mais lindas flores, que coloriam todos os canteiros. Era primavera, que de mansinho chegava sorrindo para o jardim.

A Margarida, muito comprida espreguiçou-se no canteiro dizendo em alta voz:

-Que lindo dia; Não é miosótis?

O miosótis que ainda não havia percebido a primavera chegar, balbuciou mal humorado:

-O que foi que você disse, margarida? Pode repetir, não entendi direito, o que você disse. Pode repetir, por favor??

A margarida muito geniosa alterou a voz:

-Ô quê? Está surdo? Se liga rapaz! Ora, eu disse que... Ah, Não vou repetir... Quem manda estar sempre desatento! Que coisa... !

A violeta humildemente, ao ouvir a fala dos dois, salientou-se:

-Você tem razão, margarida, o dia está realmente maravilhoso, com a chegada da primavera; as flores ficam mais lindas e alegres e os canteiros repletos de flores, por tanto, sua resposta não está adequada para esse dia . Não me leve a mal. Só quero concordar contigo, quanto ao dia maravilhoso.

A margarida muito arrogante, gostava de aparecer e humilhar suas amigas, disse sarcasticamente: -Não perguntei você violeta, deixa de ser intrometida!! A propósito... Pena que você violeta, não possa ostentar suas flores neste dia, ou seja, na primavera, acho que você nem as têm, não é mesmo? Nunca as vi ...

A violeta serenamente balbuciou...

-Sim, eu as tenho e abaixou a cabeça humildemente...

Um belo dia,uma senhora muito elegante, proprietária do castelo florido, passeava pelo jardim, a procura de belas flores, para ornar seus aposentos, que carecia de beleza natural e perfume para dar mais vida ao ambiente. Ela contemplava cada uma, cheirando e sentindo o seu perfume. As flores se esticavam, principalmente a margarida, que esticava o seus talinhos compridos, para ser o centro de atenção da madame, do grande castelo, ou do grande jardim . Depois de analisar todas, decidiu:

-Fico com as violetas... Quero um buquê de flores de violetas. Elas são além de lindas , são perfumosas e sua cor lilás, faz meu gênero, não desfazendo das outras é claro, são lindas também , mas; as violetas me agradam mais . Cativam-me.

A margarida desejava ser a preferida, desejada. Queria enfeitar os aposentos da madame. Ficou furiosa, quando viu a madame separando com jeitinho, as folhas uma das outras da violeta. Lá embaixo das folhas estavam suas lindas flores e que perfume exalavam ao tocá-las! Suas flores lilases, debaixo de suas redondinhas folhas verdinhas; não para escondê-las, mas; para se protegerem, quando tocadas, exalavam aquele perfume gostoso, mágico por todo jardim. A margarida, sentindo o perfume chegar até ao seu canteiro, de ciúme exclamou:

Não acredito, que perfume gostoso!! “Muito envergonhada pensou” E pensar que eu lhe falei ironicamente ... Se eu pudesse retroceder o que disse .Que pena! Ficou decepcionada, não sabia que as violetas possuíssem flores. E que belas flores! Não quero falar do que não sei... Disse arrependida...

Muito triste pela ofensa, a margarida começou a imitar as violetas na humildade e discrição .

Quando alguém aproximava do jardim, ela era a primeira a se inclinar, em sinal de cortesia. È por isso, que a margarida vai crescendo, crescendo, depois, com o tempo seu talinho aos poucos vai se inclinando até tocar ao chão. Nunca mais quis ser indiscreta . Depois de muito meditar,chegou a conclusão:o sol nasceu para todos,quem sou eu para discriminá-lo.

Lá em cima,o sol que tudo via e ouvia,sorriu para todos...cá na torre.





“Moral:o sol nasce para todos.”

“ O ciúme”

O olho admirava “tudo”na natureza. A pálpebra enciumada, olhou de lado, sorriu amarelo, virou e disse severamente:

O que você está olhando “olho”?

O olho respondeu calmamente:

Ora, estou contemplando a natureza, não posso?

A pálpebra disse zangada:

-Não! Não pode! Porquê você não olha “tudo” em mim?

O olho sorriu maliciosamente dizendo:

-Você não deixa querida! Você se fecha toda!

A pálpebra muito zangada, fechou a janela do olho, castigando-o sem piedade.

O olho cansado do castigo gritava:

- Abra a janela do meu olho, pálpebra! Eu quero enxergar! Abra...

Os cílios que todo ouvia, deu uma gostosa gargalhada dizendo:

-Pálpebra? Vê se isso é nome? Que horror!

A pálpebra furiosa, ao ouvir isso resmungou:

-E o seu cílios, é lindo ; é nome também?? Cada macaco no seu galho, ora! Só faltava isso agora...

Os cílios muito sem graça, envergonhado, olhou para cima e disse quase chorando:

-Ei, você aí de cima, do quarto andar; fique bem quietinha no seu lugar sobrancelha, o circo está pegando fogo! Se não, vai sobrar pra você!

Deu uma gostosa gargalhada, ficando quietinha no seu lugar. A sobrancelha ficou sem saber como e porquê os cílios lhe falou assim...



Moral: cada macaco no seu lugar.

“ Mal entendido”

Uma lagartixa espreitava um enorme pernilongo, que fazia tudo para ultrapassar a vidraça de uma janela, na esperança de encontrar dentro da casa, o seu alimento preferido: “o sangue”. Sugar sangue das pessoas era o que mais sabia fazer, para sua sobrevivência.


Relutava, relutava, mas; sem resultado. Não sabia que a vidraça da janela o impedia de entrar. Bem atrás da lagartixa uma enorme aranha. Ela esperava o momento certo para atacar sua presa. Mirava, mirava a lagartixa, mas; também sem resultado.


Ia passando por ali, um mosquito, que ficou olhando os passos dos três : o pernilongo ia pra lá a lagartixa também. A lagartixa dava um passo pra cá a aranha também. Ficou olhando por longo tempo, sem nada entender. Pensou se tratar de uma nova dança, mas; resolveu perguntar:
- Amigos, por favor, qual é o nome dessa nova dança?
 Eles, nada. Estavam concentradíssimos. Então, o mosquito resolveu imitá-los: pulava pra cá e pra lá, de vez em quando dava umas sacudidas. Até que, um grilo gritou bem alto:
- O mosquito bobo! Não está vendo que eles estão a procura de suas presas?! E fuja, fuja enquanto é tempo, que aí vou eu, se não quiser ser a minha também!!!


O mosquito envergonhado, por não ter entendido a situação, abaixou a cabeça, arregalou os olhos e... saiu voando batendo as asas em tudo que via, dizendo em alta voz :
- “asas, pra que te quero!” “Não quero servir de banquete pra ninguém!”


Moral: anda pra frente, que atrás vem gente.