Saíram para passear pelo pasto á
fora cinco amigos: Eloy, Rener, Áureo, Líncon e Robson. Iam cavalgando,
conversando, rindo e as vezes galopando. Queriam ver quem galopava mais. A
medida que galopavam, mais vontade sentiam de correr. E assim foram observando
tudo ao seu redor. Entretidos com o galopar, só notaram que estavam distante,
quando Robson parou e perguntou: “Onde estamos? Que lugar é esse? E agora, como
voltar para casa?” Todos pararam diante dessas perguntas. Coçaram a cabeça
fizeram muxoxo e quase ao mesmo tempo disseram: “Ih...não trouxemos a bússola!
Como nos orientar? Não sabemos onde estamos e nem para onde vamos! Se não
sabemos o caminho, o que fazer?
Eloy, o mais velho da turma e
muito consciencioso disse muito seguro: “Vamos caminhar um pouco a procura de
água e saciar a sede desses animais; vejam como estão bufando de cansaço e
sede!” E foram puxando-os pelas rédeas... Logo encontraram uma árvore frondosa
e uma sombra convidativa e lá se sentaram e os animais enfim puderam descansar...
Depois Rener, de tanto pensar e repensar,como encontrar água exclamou:
EURECA!! Já sei como encontrar água.
Vocês se lembram... um dia que o senhor Eduardo nos falou... Quando quiserem
achar água no meio do mato, se por ventura se perderem; é só procurar encontrar
embaúba... imbaúba... ah,sei lá... Vamos, eu sei o que é, não sei o nome certo,
mas; eu sei que vou achar...tenho certeza! Montaram em seus cavalos a procura de imbaúba
e começaram cavalgar. Depois de um
longo tempo, Rener gritou: Ali... Veja!! As imbaúbas! Se há a dita cuja,
logicamente há água! “Eta senhor Eduardo,o senhor estava certíssimo!! É para lá que vamos e é pra já! Foram
descendo a serra com muita dificuldade por ser íngreme e escorregadia. Sorridentes gritaram: “HIP...HIP...HURRA! Os
cavalos saciaram sua sede e eles, mergulharam nas águas que escorriam
lentamente pelas pedras formando pequenos laguinhos convidativos... Pareciam
crianças brincando e cantando: “água cristalinas, eu te amo!” Que delícia!
Obrigado meu Deus! Saíram felizes por terem aprendido encontrar água no meio do
mato. Não passaremos mais sede que bom ! Valeu!
Montaram em seus cavalos e recomeçaram a cavalgar. Cada um queria ser o
melhor... “ Vamos ver quem corre mais? Quem chegar por último é mulher do
padre!” Que horror, ninguém queria ser a mulher do padre; e correram pra
valer...Até se cansarem... Ao longe
Áureo avistou uma casa,ou melhor, um casarão; no meio do mato e muitas árvores
ao redor dela. Parecia sombria e abandonada. Tudo fazia crer nisso... Logo... Áureo levantou o braço ( sinal de
muito silêncio e muita cautela) tudo parou... silêncio total...
Desceram de seus cavalos e os
levaram puxando as rédeas, pé ante pé... que desse para sondar melhor o
ambiente. Puxaram de seus facões e começaram a cortar o mato que o impedia de
chegar até ao casarão e para se protegerem.
Eloy, falou bem baixinho...
“Nossa, que casa sinistra!! Parece assombrada!” E perguntou a Rener:
“Você tem coragem de entrar nesta casa?” Rener falou sussurrando: “Eu hem!Você
tem Eloy?” Eloy mostrando ser forte mas, tilintando os dentes respondeu: “Ih,
rapaz, estou criando coragem; um pouco ressabiado respondeu: “ Ah, já que
estamos aqui na mesma barca, porque não, entrar e ver o que há dentro dela, só
de curiosidade!!!
Depois disse aos irmãos mais
novos: “Líncon, Robson e Áureo. Fiquem aqui perto dos cavalos, qualquer coisa ,
faça sinal e viremos correndo.Tudo bem? Eu e o Rener, vamos entrar e ver o que
existe nesta casa.” Zangados
responderam: “ Não... Também queremos ir...Viemos juntos e juntos vamos tremer
juntos!”
oOs cincos tentaram arrombar os
cadeados, tudo fizeram sem êxito nenhum... Eloy, o mais sensato e seguro de si,
exclamou: “Ah, já sei o que fazer! Vamos amarrar os cavalos nos cadeados e eles
puxarão ...vão fazer força que nós não temos,que tal!?”
E assim fizeram... Os cavalos
puxaram várias vezes mas...sem resultado. Por fim desanimaram. Logo Rener falou sussurrando nos ouvidos dos
cavalos: “Vamos cavalinhos...força, só mais um pouquinho e pronto. Logo daremos
um bom bocado de feno a vocês, tudo bem!?” Parece que entenderam e fizeram um
esforço conseguindo abrir os cadeados que estavam inferrujadíssimos fazendo um
barulho ensurdecedor. Parecia que havia mais de cem anos que a dita estava
fechada. Parecia mais uma assombração e nós ficamos arrepiadíssimos!
Finalmente aberta... Entramos...
Hum...que cheiro de enxofre! Começamos a espirrar constantemente... Mas, a
curiosidade era maior que o medo. Começamos a vasculhar o espaço da casa, e a
cada cômodo fazíamos o sinal da cruz. Nossa! Nossos dentes ritmavam de tanto
que tremíamos. Pronto...Entramos em uma sala muito estranha... devido muito
ferrugem nas paredes,no chão e no teto e o pior... roupas parecendo túnicas e
botas já em composição.
Um horror!
Líncon,disse espirrando: “Aqui,
venham ver o que descobri!! Uma cadeira diferente! Olha, é engraçada!” Todos
correram para ver a cadeira diferente. Sim... diferente porque, havia nela
muitos fios elétricos, nos pés, nos braços, assento e no encosto dela. Seria uma
cadeira... Não... não é possível!! Meu
Deus que lugar é esse!? Deu-nos calafrios até a espinha. Chegamos a ouvir
nossos dentes tilintarem fazendo batucada. De repente...Líncon, parou por um
momento...Depois...exclamou: “Aqui, olha que coisa estranha!! Um chapeuzinho de
metal, redondo sem a aba e esta cheio de fios também. Hum... isto esta me cheirando...uma ... uma
arma mortífera! Uma cadeira elétrica?!
Por um momento, Rener olha para
trás e não vê Robson e começa a gritar: “ Robson, cadê você? Onde você esta?
Sem resultado... Saíram a procura dele. Depois de um bom tempo de procura, lá
estava ele puxando um fio, que saía de dentro de uma cuia semelhante uma casca
de tartaruga: quando acionada fazia um
barulhão intermitente. Entretido, brincava como uma criança não se
importando com o perigo que assolava o ambiente, ficando no mesmo lugar como a
um hipnotizado.
Áureo acabrunhado disse assim: “
Isso, só pode ser um aviso chegando em algum lugar quando se esta em apuros. Vamos sair
daqui já e pé na tábua, aqui realmente não é nosso lugar!!! É uma casa de
horrores!” Como a casa era imensa, demoraram para sair...
Passaram por um cômodo que chamou
a atenção de todos. Uma mesa cheia de livros amarelados e as pontas todas
consumidas pelo tempo e um tinteiro seco e grande ; uma pena de ave enorme
dentro do tinteiro. Muitos esqueletos, roupas pelo chão e muito ferrugem... Um
lugar muito macabro. Parece um massacre...afirmou Áureo. Vamos sair daqui já!
Sebo nas pernas pra que lhe queremos!! Saíram voando até chegarem em seus
cavalos. Correram tanto, que se cansaram e também seus animais. Longe, bem longe dali, descansaram. Depois de
um longo descanso; foram a procuro de água, seguindo o mesmo esquema. Observando
sempre o caminho das imbaúbas, até chegarem lá... Que loucura! Que travessos!
Mergulharam nas águas sem pestanejar...
Eloy, sempre atento a qualquer
imprevisto, ouviu um ruído, semelhante a um animal faminto e disse á todos: “
Vamos descer dos cavalos e andar bem devagar... Psiu...Ouçam... Ali! O que
viram foi de arrepiar os cabelos : Uma jaula enorme e muitos animais, em plena
mata fechada: ( leão, tigre, pantera negra e outros...) Logo adiante, uma
gaiola gigante cheia de pássaros de muitos tipos. Um cenário de fazer dó .
Rener, um pouco assustado, bem baixinho
falou:”Meu Deus! É tráfego de animais! A gente sai de um horror e cai em
outro!” Novamente montaram em seus cavalos e sumiram pelo pasto a fora,
arranhando-se e cansando os animais, que bufavam sem parar...
Depois... quando tudo parecia
calmo ; algo se moveu em uma moita de capim. Novamente muito silêncio... Um
estalido se fez ouvir, parecia quebra de galho seco. O que será? Vamos
averiguar... Os cinco, bem de mansinho conseguiram ver de longe: um anãozinho
escondido atrás da moita , certamente tremendo de medo. Coitado! Perguntaram:
“Quem é você? Onde mora? O que faz aqui, sozinho no meio da mata? Claro! Não
houve resposta...” Talvez não entendesse a nossa linguagem, ficando por isso
mesmo, mudo e surdo. Só faltava mais essa!
E eu que pensei que “anão”só
existisse em histórias de “Branca de Neve e os sete anões”. Que descoberta
fantástica! Quando chegar na fazenda eu vou colocar a boca no trombone: Extra...Extra...Extra...!
Anão existe mesmo! Eu vi com meus próprios olhos...! Robson engasgado sugeriu:
“Deixem que ele se vá, depois seguiremos seus passos! E assim fizeram. Com
muito sacrifício chegou a seu destino com passos dificultosos e embaraçosos,
entrou em um buraco e lá permanecendo...
Robson quis entrar, mas não
conseguiu; o buraco foi estreitando e ele voltou desanimado, por não saber nada
dele. Preocupado disse: “ amanhã
voltaremos e aí...
Rener retrucou: “Deus me livre!
Passar por tudo isso, outra vez? Não...não sem a
bússula é ponto final.
Enfim... já noite e muito custo,
avistaram a fazenda de onde saíram A FAZENDA DO SENHOR EDUARDO. Lar doce lar...
Custamos a te encontrar!
Cada um foi para sua casa e na
lembrança um emaranhado que levará um bom tempo para sumir do mapa.
Mas... o feno, aos cavalos cada
um se encarregou de presentear o seu .