domingo, 22 de agosto de 2010

UM CERTO HOMEM

Certo homem , senhor de idade, de pele escura , silencioso, de cara fechada; assistia todo domingo, a primeira missa da manhã , ao lado de seus cachorros de raça comum. Esses, permaneciam quase imóveis, olhando para o padre, que calmamente rezava à missa. Um dia , lembro-me bem, esse homem, não apareceu à igreja, para a missa da matina e todos deram falta dele até mesmo de seus cães, porque não?( Eles ficavam quietinhos e quietinhos acompanhavam o seu silencioso dono.)

Ele morava ao lado de um córrego e sua casa muito simples composta de dois cômodos sem reboque. Havia apenas uma porta e uma janela, essa dava para uma densa mata quase intransitável . Esses, seus cachorros uivavam sem parar; parecia um lamento. Resolvi averiguar; a porta estava entreaberta e os animais podiam entrar e sair quando bem entendessem.

De imediato, senti um odor insuportável; algo de mal havia acontecido. Fiquei muito preocupada, confesso. Lá estava o homem esticado, no frio chão, morto.

Seus cachorros, hora pós hora, lambiam o seu corpo inerte no chão. Dava pena de ver! Logo, foi enterrado pelos vizinhos.

Chegou novamente o domingo. A missa começou...

De repente, foi chegando um a um, de seus cachorros, bem de mansinho, e ocupando o mesmo lugar, onde seu dono sempre ficava, ouvindo talvez, o padre pregar o seu SERMÂO DOMINICAL. Parecia que entendiam o que o padre falava. De vez em quando, eu olhava, aquele “ cantinho reservado”, onde seus cães e dono ficavam. Era um quadro que chamava a atenção de todos que iam assistir a missa naquele horário .

Eu ouvia de vez em quando, alguém falar alguma coisa a respeito...

Coitado dos cachorros, eles sentem a falta de seu dono!! Nem por isso, eles deixavam de assistirá missa, estavam acostumados . Ficavam assentados no chão quietinhos, como seu dono estivesse ali presente.

É , realmente os os cães são os melhores amigos do homem. Acredito.

“O bom costume faz o amigo.”

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