domingo, 15 de agosto de 2010

Doca e seu cachorrinho


Doca, era um menino inteligente e esperto . Onde ele ia, lá estava seu cachorrinho serelepe furando buracos e cheirando tudo que via . Eram bons companheiros . Nas horas de folga, brincavam juntos, correndo pelo quintal, suas traquinagens . Subiam e desciam morros, tentando descobrir, novas cavernas e plantas exóticas.

Doca ficava triste, quando partia para escola ... Seu cachorrinho, ao vê-lo partir ficava horas e horas, debaixo do abacateiro ,olhando ao longo da estrada, a espera de sua chegada . Parecia sentir sua ausência . È inacreditável !

Desde pequeno Doca queria trabalhar ficava com o radinho ligado ,a escuta de um anúncio de trabalho ,mas sem resultado . Exigiam prática e prática ele não tinha .Ele não sabia, que tinha que crescer e estudar para depois trabalhar .

Sempre seu pai lhe dizia : é cedo filho, para assumir um compromisso na vida ;não se aflija realmente é muito cedo . Quando você crescer poderá trabalhar. Mas Doca não aceitava esperar crescer para trabalhar e retrucava : Ora, posso estudar e trabalhar papai !

Seu pai ,já irritado dizia alterando a voz : Já lhe disse que é cedo e pronto !

Seu cachorrinho rosnava sempre que alguém falava alto ou ralhava com ele .

Um dia , a tarde saíram os dois para passear e ao voltar ,Doca trouxe consigo um saco de linhagem cheio de estrume de boi ,dizendo que venderia logo que estivesse virado pó .

Sua mãe ao ver os estrumes zangou-se dizendo ; Tira isso daqui menino, coisa mal cheirosa , que horror ! ! !

Muito triste Doca abaixava a cabeça e dizia bem baixinho :Que mal há nisso meu Deus ? Mas, continuava socando os estrumes até virar pó .

Sua mãe muito irritada gritava :vou-lhe colocar de castigo ,se insistir essas coisas ! Vai estudar, está perdendo seu tempo de lazer amassando excremento .!

Ele respondia muito triste,não fique zangada, mamãe, e nem se preocupe, faço as duas coisas, faço as lições logo que terminar isso !

Seu cachorrinho impaciente rosnava sem parar, chegava morder e até avançar nas pessoas, quando gritavam ou batiam em Doca .

Um dia Doca disse ao seu cachorrinho ; sabe ,meu amigo, mamãe tem razão, realmente o odor é insuportável . vamos partir pra outra . Começou a cultivar plantas e vendê-las, pegava mudas de flores e plantava, cuidando com adubo e restos de plantas secas . Depois de pegas vendias .

Sua mãe novamente impedia, pois , saía debaixo de um sol muito quente . Sol de verão . De vez em quando, Doca ficava debaixo do abacateiro pensando ... Dirigia algumas palavras ao seu cachorrinho ,que parecia entender o que ele dizia .Depois de muito pensar ,corria a cozinha abraçava sua mãe e dizia : não fique triste comigo mãe, eu só queria me sentir gente grande ; que trabalha e tem dinheiro no bolso . que mal há nisso? Eu prometo que passarei de ano, não vou decepcioná-la, você vai ver!

Sua mãe ao ouvir isso ,sorriu dizendo : eu sei filho, mas, você é ainda muito pequeno, contente somente em estudar por em quanto, não se esforce tanto ,tudo tem seu tempo e a hora .

Seu amigo cãozinho, rosnava e dessa vez avançando em sua mãe, que recuava ao seu salto . Passaram semanas, meses e nada de trabalho, felizmente Doca, só estudava e cumpria as tarefas marcadas pela sua mãe . Um dia seu cachorrinho passeava pelo quintal muito esquisito, rodava ao seu redor e foi rodando, até cair ao chão, gemendo e babando . havia comido veneno . Formicida .

Um senhor sem nos consultar, colocara o tal veneno, bem na divisa de nosso quintal, para acabar com as formigas cabeçudas que segundo ele, destruíam sua plantação de laranja .

Neste dia, Doca ao voltar do colégio, assobiava e gritava, como de costume, para seu cachorrinho lá  da rua, mas, ele não atendeu ao seu chamado . Não aparecera, não ouvira ao seu chamado, o seu assobio. Ele deu uma corrida pra ver o acontecera e... Lá estava o dito cujo caído no chão, ainda gemendo, parecia que só o esperava chegar . Em seguida deu um suspiro profundo, balançou a cabeça, a calda e... Deu o último suspiro .

Doca, ao ver aquele quadro fúnebre, soluçou muito ao vê-lo caído inerte no chão . Ainda dirigiu algumas palavras para o seu cachorrinho e depois um adeus ao seu grande amigo e companheiro . Disse em alta voz : Adeus amigo, e companheiro nunca esquecerei nossas caminhadas, corridas e quanto fora útil em nossa casa , Permaneceu em silêncio alguns segundos ... Colocara sua pasta de colégio no chão e foi enterrá-lo, bem no morro, ao lado de uma enorme e frondosa árvore de cabiúna , onde os dois costumavam descansar, faziam Cooper , ou colhiam orquídeas nas cavernas descobertas por eles .

Quando chegava da escola, ele olhava lá pra cima, no morro, na esperança de ver seu cachorrinho.

Tudo acabou .

Moral : criança deve estudar, depois trabalhar .

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