sexta-feira, 8 de novembro de 2013

“A RATOEIRA”


É engraçada a nossa vida...E a dos animais irracionais também.

Veja bem... Tem um enorme buraco no muro, ao lado de nossa casa. Por muito que tampemos, com areia e cimento, ele está sempre aberto. São os ratos. Não sei de onde vêm nem pra onde vão mas estão sempre andando por ai.Não dão sossego.
Imagina...Conseguimos eliminar muitos e eram enormes. Tudo bem...Ficamos sem a presença deles um tempão, chegamos à acreditar que eles tinham sumido para sempre. Que ironia da vida!
Logo, apareceram três ratinhos bebês.Um entrou no quarto de meu filho e foi eliminado. O outro, subiu no fogão. Como o fogão estava próximo da pia, ele desceu pelo o fio, fazendo malabarismo, como um verdadeiro macaquinho descendo em um galho de árvore.
Os três além de serem pretinhos, assemelhavam a um porco espinho, todo espetadinho e muito minguadinho, por serem talvez, tão novinhos.
Um dia, armei a ratoeira e fui lavar a louça e ouvi um barulho e o que vi, me doeu muito.
O ratinho,ao ver um pedaço de queijo na ratoeira, foi correndo para tirá-lo pensando: “Ôba! Que petisco! Faminto como estava, não perdeu tempo. Que azar...Mas...um pardalzinho inocentemente bicou-o primeiro, deixando o ratinho constrangido, por ser vencido pelo pardalzinho. Mas, o pardalzinho coitado,levou a pior...ficou preso no lugar. Que lástima!. Ele ficou se debatendo tanto, ferindo o pescoço e caindo suas peninhas. Dava pena sua agonia.Por muito que quisesse,não sairia da guilhotina.
Corri para tirá-lo daquela situação, mas...ao sair, já não se movia mais.Ficou durante horas sem movimento.Coitado! Que situação inesperada!
Anoiteceu...gatos famintos apareceram por todos os lados e para que eles não achassem o agonizante pardalzinho, eu o escondi por entre as plantas e também para que ele se recuperasse do susto que a vida lhe pregara. Hum...que agonia!
No outro dia, lá estava ele, no mesmo lugar na mesma posição,com o pescoço virado de um lado só. Não se alimentava, tão pouco bebia água que meu filho lhe dava. Dava pena ver o bichinho assim...
No dia seguinte, conversei com ele dizendo: “Pardalzinho, saia daqui, vá para bem longe e só volta quando estiver bem, se não quiser ser comido pelos gatos que estão sempre a espera de algum bom petisco. Parecia que entendeu direitinho a minha mensagem. Saiu voando esbarrando em tudo, com bastante dificudade, pousando no pé e acerola.
Tudo bem...Os dias foram passando e eu ficava na esperança de vê-lo comendo no terreiro. Até que um dia, um pardalzinho, apareceu no terreiro, tentando pegar um grãozinho de alguma coisa no chão. E eu falei: “ olha ele aí, olá, como vai você!!?” Você se lembra de mim? Não vá cair na guilhotina de novo ouviu? Ele saiu voando com a cabecinha virada para um lado só. E eu disse aínda...Olhe pardalzinho, procure um ortopedista para colocar seu pescoço no lugar,ouviu!?
E não se esqueça de mim AIROLG S. D.


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