Dona Quirina tinha os
ouvidos muito aguçados e era muito observadora.Um dia ela ouviu um
barulho,no meio dos carvões, vindo de um velho fogão à lenha, que
ficava do lado de fora da casa onde morava. De mansinho, foi ver o
que era. Pé ante pé viu uma cena muito engraçada. Um filhotinho
de rato tão minguadinho, que fazia dó. Pretinho e arrepiado,
parecia que estava com muita fome, e não sabia onde procurar
alimento.
Neste
fogão velho, dona Quirina havia colocado um bule, que por sinal
era muito bonito, de boca para baixo; por tanto, o bico ficava
dentro da trempe do fogão. Coitado! Quando sentiu que alguém o
observava, correu com bastante dificuldade, apesar de ser rato.
Entrou no bico do bule, que apesar de ser largo, ele fazia um
“zigue-zague”estreitando até o centro ...Pronto, ficou
entalado. Lutou, relutou,tentando se libertar e sair do outro
lado...Ficou com o seu enorme rabinho balançando pra lá e pra cá,
na esperança de libertar e prosseguir sua caminhada até o final do
bule. Tudo em vão...Enfim...se cansou ou...a forca do zigue-zague o
asfixiou.
D. Quirina, mais que
depressa, foi tentar salvar o pobre do bichinho que agonizava sem
parar, mas.como salvá-lo? Olhou para uma cavadeira que estava bem
perto dela e...CRAU no bule...
O golpe foi tão forte
que...o bule quebrou mas, o bico ficou intacto, exatamente onde sua
cabecinha estava entalada.
O golpe foi tão fatal
que coitado, parou de respirar, soltando excremento, a medida que
parava de respirar.
Morreria de todo
jeito, saindo ou ficando dentro do bico do bule...
Já estava
enforcado...pobrezinho! Que destino trágico! Não sabia se virar
sozinho, por ser tão novinho e sem ninguém de sua espécie, para
lhe ensinar a caçar e sobreviver. Que destino triste.
AIROLG. 2009 -PAULO
GARCIA
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