domingo, 2 de janeiro de 2011

O MENINO E SUAS PROFISSÕES... 1998- Quarta Feira 22:H



Wastein, era um menino muito perspicaz, tinha apenas dois anos de idade: observador como era, imaginava ser funcionário de todas profissões que via. Seu pai, era um grande e dedicado militar . “Ele usava calças culote, botas longas, chapelão e gravata. No chapéu exibia um enorme emblema, que completava seu elegante uniforme.
              Wastein olhava observava,estudava,esquematizava, como vestir aquele uniforme que tanto admirava.
Um dia um entregador de gás passou com  um botijão nas costas ele já estava registrando tudo na sua cabecinha. Ele pegou um garrafão  e o colocou nas costas gritando: 
             _Olha o gás! Quem quer comprar gás! 
Olhava para sua mãe e dizia: Senhora quer comprar gás?
Ela respondia sorrindo: 
_Não, senhor agora não!!! 
Passando alguns dias, ele viu um eletricista arrumando os fios dos postes, na frente de sua casa. Ele com seus olhinhos de coruja, que tudo vê, tudo registra, logo foi saindo de fininho e, pronto! Lá estava ele, empoleirado numa escadinha, que seu pai lhe fizera para brincar. Segurava firme, nos varais de roupa de sua mãe. Com um alicate de brinquedo, ele fingia corrigir os defeitos dos supostos imaginários fios de postes da CEMIG. Era extraordinariamente o jeito com que ele se posicionava na escada, movimentando os fios dos varais. Parecia um profissional mesmo....
Os dias foram passando e ele sempre registrando as profissões, que por  ventura apareciam na sua frente.... Sua cabecinha era como uma máquina registradora ... Registrava tudo... Os anos foram passando e ele foi crescendo contando já com seus quatro anos de idade.
            Estava sua mãe, um dia, absorta nos seus pensamentos quando ... Ele entrou em ação: vestido de calça culote, camisa, bota, gravata com emblema no alto do chapelão de seu pai ...
            Imagina... A calça até a sua cabeça a camisa até aos seus pés, o chapéu tomava conta de toda sua brilhante, cabecinha e as botas? Até as suas virilhas, chegando até feri-los. Mas, ele simplesmente, magicamente, conseguiu vestir-se todo. Ficava interessante, interessantíssimo!!! Vestido desse jeito.
            Numa manhã, ele saiu para brincar no terreiro e logo muito sério entrou na cozinha, tentando olhar para sua mãe com aquele enorme chapéu, na sua pequena cabeça, rodando-o para lá e para cá.
            Depois... Ele com certa dificuldade, fez continência, como seu pai fazia e disse em alta voz: 
           _Mamãe, por favor, olhe para mim... !!! Já descobri o que eu quero ser quando crescer: quero ser um militar como meu pai! Que  tal ? Como fico, vestido de uniforme militar?  
           Sua mãe olhou comovida, aquele menino tão pequeno, tão criança; vestido como um adulto. E o pior, vestido com roupas de adulto. Era como um boneco, vestido de roupas maiores que seu manequim.  Que imaginação... Hoje esta criança é o que tanto sonhou:Um militar  
Quem sou?

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