domingo, 2 de janeiro de 2011

“Sono”


Eu estava muito cansada, após um dia árduo. Alguém não sei de onde veio, nem como entrou e chegou em minha casa . Puxou-me pela mão e fez-me caminhar... caminhar, até não agüentar mais ... Eu já estava com as pernas bambas e trêmulas ; até que chegamos em algum lugar.
Não havia muita luz, só a penumbra como testemunha. Mas, a claridade da lua e o cintilar das estrelas, permitiam que eu visse vagamente, alguns detalhes.
 Pronto! Chegamos a algum lugar... Vi uma casa toda branca. Havia muitas janelas, todas de vidro de cima  à baixo , bem pequeninas, por toda frente da casa .
Esse alguém misterioso, abriu a porta, caminhou por um corredor comprido, também todo branco. Ao lado esquerdo algumas portas, uma delas ele abriu e entrou, puxando-me pela mão. Era um quarto. Suas camas ostentavam lençóis branquinhos ... Ele, o misterioso, aproximou-se de um abajur e o acedeu. Aí, pude ver melhor , os objetos , menos o seu rosto .
Acariciou o meu rosto, pegou-me ao colo, cantando uma melodia linda para mim. Uma voz que contagiava o ambiente . Acariciou meus cabelos, beijou –me o rosto e sussurrou algo bem no pé do meu ouvido. Não sabia o que falava, pois não dava para entender nitidamente.
 Sei que eram coisas bonitas, nunca ouvida no mundo terreno. Intuição talvez. Era como num sonho. No mundo fantástico dos sonhos.
Eu quis saber, quem era esse alguém, apesar do cansaço que me consumia aos poucos. Mas, como desde o início, ele desviava o olhar, não queria ser identificado. Mesmo assim, quase balbuciando perguntei :
_Quem é você? Qual é o seu nome? De onde veio?
E ele nada. Ele fez um aceno para que  eu me deitasse numa das camas e aí sem pestanejar deitei ... Foi quando ele resolveu se identificar, fazendo rodeios:
_Não se aflija! Logo, logo você saberá quem sou... mas um pouquinho e pronto.
 E começou a se identificar ...
_Sou alguém de um país muito distante. Vim de muito longe, para estar com você, vi o seu cansaço e quis velar o seu sono... Vou estar com você por muito tempo, até você descansar. Eu prometo! Fique tranqüila, não sou nenhum bicho papão .
Com os olhos fechados, pelo cansaço, praticamente vencidos pelo sono, caí na inércia. Ainda pude ouvir sua voz sussurrando:
_Sabe quem eu sou? Sou o gostoso Sono. Eu me chamo “Sono”! Eu quero fazê-la dormir em meus braços.
Foi aí que entrei no mundo fantástico do sono e conheci a magia que ele tem, conhecendo o seus enigmas . Neste dia, consegui ter um sono tranqüilo e profundo.E como é gostoso! Fiquei enamorada dele . Agora, á noite, fico a sua espera, para dormir sossegada e sentir suas carícias nos meus cabelos ,já grisalhos pelo tempo que o próprio “tempo” se encarregou de apagar

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